Do Grande Salão para as estradas

Godfrey ouve atentamente o relato sobre a "energia", e isso realmente o preocupava.

O cataclisma era algo que necessitava de atenção, pois humanóides ou outras raças de um outro plano, poderiam colocar em risco o equilíbrio de Mégalos, não só isso, também de Irth.

Após o termino do relato de Abel, Godfrey se serve de mais um pouco de vinho e para ele pergunta:

- Muito bem...primeiro que informações dispõe de uma forma mais direta? Quero dizer, já ouviram relatos de alguma "coisa", grupo ou pessoa estranha por alguma região?

Depois ele se vira para Tricia:

-  Caso eu tenha entendido bem, me desculpe pois meu conhecimento arcano é quase nulo, se conseguem calcular, de uma forma a triangular uma área desse "rasgo" da energia, não pode ser onde possamos iniciar uma varredura?

Godfrey fica a espera de respostas, cujas perguntas começavam a estalar em sua mente.

13 de Abril 2013

Mortimer sorri ao ouvir as palavras de seu futuro cunhado, sua retidão moral e entendimento da sua função enquanto protetor do reino já eram esperadas.
 
- “Godfrey, pode ter certeza que o fato de termos entendido que você é o homem que precisávamos falar é justamente por estarmos tratando de um assunto que afeta a coroa de Mégalos.” – Mortimer se serve de um pouco mais de vinho – “Eu tenho meus contatos, obviamente não tenho a pretensão de ser um dos contatos do próprio imperador. Mas sim, eu tenho conhecidos na coroa que pediram que eu procurasse alguém com seu perfil. Mais do que um seguidor de ordens, mas um homem que tenha o bom senso de fazer as escolhas mais adequadas em um momento de pressão, pensando no bem do reino.”
 
- “Dito isto, não tenha dúvidas que o motivo de estarmos aqui é algo em prol do bem estar do reino” – Mortimer se senta e diz – “Poderia explicar a origem disto Abel”
 

 
- “Claro Mortimer” – o fauno se levanta, olha ao redor e percebe que não fazia sentido ficar de pé para falar e volta a sentar – “Tanto eu quanto Por Dag fazemos parte de um enclave silvestre, um grupo que agrega diversas pessoas de origem feérica para acompanhar os acontecimentos deste mundo e proteger as Florestas que ainda restam”
 
- “Parte disto é realizado por patrulhas, parte disto é realizado por diplomacia e nesta parte que eu entro. Nossos shamas leram um distúrbio da mana anos atrás e temos acompanhado esta distúrbio, que tem agido como uma onda que vai e vem cada vez com maior potência. Temos um risco que um pequeno rasgo na mana tenha gerado uma ocorrência similar ao cataclisma mas em porte muito menor”
 
Aquelas palavras prendem definitivamente a atenção de Godfrey, o cataclisma era algo sério e caso fosse real poderia ocorrer o surgimento de novas cidades inteiras em locais já populados.
 
Tricia aproveita a pausa e pede a palavras
 
- “Estas ocorrências não são desconhecidas, mas é a primeira vez que temos o acompanhamento destas ondas e o momento destes rasgos na mana são quase calculáveis”.
 
Abel volta a falar
 
- “Caso algum habitante de outros planos esta andando por aqui, é nossa missão encontra-los e medir o risco que eles podem trazer para o reino. Pelo menos de imediato é isso, mas ainda precisamos entender a causa raiz deste problema”
 
- “Por isso precisamos da sua ajuda, para que seja algo legítimo. Caso contrário seria o mesmo que colocar mercenários para resolver e não é esta nossa intenção”  - Abel toma mais um gole de vinho - "Meu papel é ser o ponto de atenção do grupo, desta forma você poderá passar desapercebido e não chamar uma atenção desnecessária e ainda assim estar presente para intervir sempre que a palavra de um representante legal do reino se fizer necessária"

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De todas as situações que passaram por sua cabeça, Godfrey não havia cogitado uma reunião tão "inusitada" e com pessoas tão "distintas".

Ele pensava que seria uma reunião apenas com Mortimer, sobre algum assunto distinto e de seu interesse, na verdade, de interesse da Cora, mas se deparar com o local e todas aquelas pessoas em uma sala reservada, o fez ficar bem curioso.

Ele ouve atentamente a apresentação de todos e reverencia a hospitalidade;

JOGADA DE TRATO SOCIAL NH 17= 12 (PASSOU POR 5)

Godfrey se senta e se serve de mais um saboroso gole da bebida servida pelo jovem halfing e ouve a pessoa que se apresentou como responsável pela ida dele ao local, a arcanista Tricia.

Após a arcanista falar, Godfrey se levanta e com um gesto pede a "palavra" e diz:

- Boa noite. Acredito que todos os presentes devam me conhecer, o que não é recíproco da minha parte, pois sinto muito, não os conheço...pelo menos ainda, com exceção claro, do senhor Mortimer.

Godfrey acena com a cabeça em direção ao seu cunhado em sinal de agradecimento.

- Devido a isto, para que não percamos tempo, meu único intuito nesta presente reunião, é que o objetivo seja algo de interesse na proteção da coroa e do povo de Mégalos, algo que se realmente me conhecerem, saberão que isto é inegociável da minha parte.


Godfrey faz uma pausa e continua:

- Meu nome é Godfrey Lázarus, filho do Barão Lázarus, General e  comandante da Trigésima companhia do exercito de Mégalos, servo leal á coroa e a meu país. 

Godfrey havia sentido a necessidade de deixar bem claro por que viera, e que fosse pela suas palavras, e não talvez o que poderia ter sido dito dele pelo seu cunhado. 

De qualquer forma, ele conhecia Mortimer e algo lhe dizia que ele tinha seus próprios interesses naquela reunião, e devido a isso, achou necessário expor seu dever para com a coroa e seu país.  


Finalizando sua apresentação, Godfrey se senta e aguarda que a reunião se inicie.

13 de Abril 2013

Ele deveria olhar uma jovem com aquele olhar? Deveria se importar daquela maneira?
Os pensamentos de Godfrey ocupam sua mente enquanto ele cavalga pela estrada. Um olhar não era pecado, apreciar a beleza e guardar isto para si era normal afinal ele era um homem, mais que isso, um combatente que viu a morte perto de si várias vezes. Não deveria se questionar a respeito de sua hombridade por conta de um olhar.
 
Então ele percebe o que deveria ser o local indicado por Mortimer, aquilo não era exatamente uma cabana. Era uma estalagem grande e bem iluminada e era possível ouvir o som de pessoas conversando e música em seu interior.
 

 
Godfrey começa a imaginar se não estaria, mesmo que involuntariamente, indo a um prostíbulo como havia dito Mila.
 
Com a mão no cabo da espada empurra a porta e olha o interior do local. Haviam comerciantes, bardos, caixeiros viajantes, fazendeiros, todo o tipo de gente. Eles bebiam, conversavam e jogavam.
 
Assim que ele entra um jovem halfling usando um avental se aproxima dele sorrindo.
 

 
- “Bem-vindo ao Yeti Descalço general. Me foi pedido que ficasse atento a sua chegada e fizesse sua recepção” – ele entrega uma caneca de cerveja para Godfrey – “Esta é uma pedraferro original, conhecemos um comerciante de Zaruk que trás um barril para nós sempre que pode, cortesia da casa para o senhor”
 
- “Agora, se puder me acompanhar até o salão reservado ficarei grato. Seus amigos os esperam lá.”
 
A palavra amigos deixa Godfrey atento, ele acreditava que iria se encontrar somente com Mortimer.
 
O halfling o leva através do salão, passando entre as mesas até uma porta ao fundo, onde ele dá duas batidas e poucos instantes depois se ouve um trinco ser aberto e depois uma chave destrancar a porta.
 
O halfling faz uma mesura e diz – “Com sua licença senhor”
 
Godfrey abre a porta e nota uma pequena reunião ocorrendo no local.
 
Em pé ao lado de uma mesa esta Mortimer tomando uma taça de vinho. Enquanto que ao seu lado, fechando a porta novamente se encontrava um fauno.
 

 

trato Social Abel NH 17 : 6+6+4 = 16 : Sucesso

 
- “Bem-vindo general” – diz o fauno enquanto tranca a porta – “Sou Abel Greefhound, pode me chamar de Abel. Fiquei muito satisfeito quando Mortimer me disse que você viria hoje” – Godfrey sorri quase que instintivamente em retorno, aquele jovem fauno era educado e simpático como poucos que conhecia.
- “Mort, por favor faça as honras e apresente o restante deste nosso seleto grupo” – diz Abel enquanto termina de beber uma taça de vinho e encher novamente seu copo
 
Mortimer se aproxima e cumprimenta Godfrey
 
- “Abel é bastante efusivo, mas deixe lhe apresentar a Senhorita Tricia, arcanista do colégio Templário de Magos de Batalha de Azer”
 
A jovem ergue sua taça – “Boa noite general, seja bem-vindo”
 

 
- “E Por Dag, que assim como Abel são o enclave silvestre da Grande Floresta.”
 
O centauro ergue um chifre que estava bebendo e bate com a mão esquerda no peito, mas não fala palavra alguma.
 




Apesar de Mégalos ser lar de todas as raças era raro ver um centauro com as características de Por, das linhagens ancestrais.
 
Tricia olha para Godfrey e diz
 
- “Sente-se general, creio que além das apresentações queira saber o motivo do convite.” – ela se levanta e para ao lado de Mortimer – “Pedi que Mortimer o convidasse, mas as razões devem ser debatidas somente em um local seguro, como este”

O sol estava se pondo em Mégalos e quase que Godfrey deixa soltar um suspiro de alívio quando sua noiva o informa do fim do evento.

Ao conduzir sua noiva pelo castelo e a ajudar chegar na carruagem, Godfrey a beija carinhosamente nas mãos e em sua face, sentindo aquela pele suave e macia de Mila.

- Meu amor, tenho alguns assuntos para resolver ainda esta noite, e logo a verei novamente. Dê minhas lembranças à seu pai e sua mãe, peço desculpas por não poder acompanhá-la no momento.

Mila aceita seu beijo e então se vira para Godfrey, antes de subir na carruagem:

- O conhecendo bem...tenho certeza que não irá em nenhum prostíbulo dar seguimento à noite não é?

Aquele questionamento pega Godfrey de surpresa:

- Mila! Como? Amor, eu...eu nunca...

Mila se põe a rir e o abraça:

- Calma meu futuro marido,  hahahaha, foi só uma brincadeira.

Godfrey se recompõe e retribui o abraço.

- Hahahaha, Você está se tornando mestre em me pegar de surpresa.

- Deixa quando estivermos realmente casados...

Godfrey a olha espantado, ela então sorri, pisca para ele e entra na carroça.

Imediatamente ele se volta a um sargento que estava no local:

- Sargento, pegue mais 4 homens e acompanhe a carruagem da minha noiva até sua casa.

O sargento era claramente muito mais velho que Godfrey, mas sabia de sua reputação.

- Sim Meu General! Vamos homens!

Godfrey permanece um tempo observando a carruagem seguir pelas ruas de Mégalos ele conhecia a cidade e por mais que estivesse na área mais "limpa", Mégalos era muito grande, e como tal, tinha espaço para abrigar todo o tipo de gente, até mesmo nos lugares mais nobres.

Ele então é interrompido por um jovem tenente que chega próximo dele com outro soldado puxando seu cavalo.

- Senhor, seu cavalo, precisa de escolta?

- Não. Estão dispensados. seguirei adiante. Ótima noite aos senhores.

Godfrey faz questão de cumprimentar o tenente e o soldado apertando-lhes as mãos, algo incomum entre o alto escalão do exército com as patentes mais baixas.

Ele então sobre em seu cavalo e segue para a saída oeste da cidade.



Cavalgando seu cavalo lentamente, Godfrey passa pelos portões da saída oeste sem ser incomodado. Os homens apenas o observavam, pois já o conheciam.

Ao adentrar a estrada de terra, Godfrey senti a brisa da noite passar por seu rosto. Haviam poucos aldeões na estrada, se deslocando para suas casas ao cair da noite, e quando veem ele se aproximar com seu cavalo, eles rapidamente lhe dão passagem. Godfrey fazia questão de cumprimentá-los, e ao passar por uma família, vê uma linda jovem aldeã olhar para ele.

 

Ela tinha uma cicatriz no lado direito do rosto, mas tinha lábios grossos, cabelos da cor castanhas, soltos e muito bem cuidados. Seus olhos azuis que pareciam luminárias na noite.

Ele a olha com curiosidade, e no momento que se aproxima, todos da família se curvam perante ele.

Godfrey então se aproxima, montado em seu cavalo, próximo ao chefe da família.

- Por favor se levantem, estou indo na mesma direção, permitam-me acompanhá-los, para que possam chegar em segurança em seu lar. 

O homem claramente não sabia o que dizer, fora pego de surpresa pela educação de um general frente a uma família tão humilde. Ele então apenas acena à Godfrey, e agradece a companhia.

Durante o caminho, Godfrey percebe a jovem o olhando com curiosidade, ele tenta disfarçar mais não consegue, algo nela chamava muito sua atenção, pois era difícil alguém com aquele beleza ser encontrado em famílias tão pobres.

Depois de um tempo, Logo mais a frente, o chefe da família mostra o local da sua moradia, uma pequena casa na beira da estrada, onde são recepcionados por um cão latindo atrás da cerca, e um pequena horta à frente.

Godfrey se vira para a família e diz:

- Fiquem em paz e bom descanso a todos.

Ele então volta seu cavalo para a estrada, e depois de resistir bastante, olha para trás, mas a familia, ou melhor, a moça, já havia entrado em sua casa.

Godfrey suspira, e segue adiante.

Alguns minutos depois, ao chegar ao local, ele vê a cabana indicada por Mortimer. Então ele desce do cavalo, o amarra e se aproxima do local. 

Ao chegar próximo da porta, instintivamente segurando o cabo de sua espada, ele bate à porta, e enquanto aguarda, lembra das palavras de sua noiva "Meu irmão está lhe pedindo favores? Eu o amo, mas por vezes ele se envolve excessivamente em assuntos da coroa”. 

O que seria o assunto que Mortimer tinha para ele? Não adiantava pensar tanto, pois logo teria a resposta.

13 de Abril 2013

Godfrey ouve a proposta de Mortimer e logo que ele comenta que deveriam falar em outro local um grupo de jovens aspirantes a políticos se aproximam tentando conseguir alguma proximidade com Mortimer, ele se vira para a grupo e diz
 
- “Claro, claro... vamos falar sobre as verbas usadas para construção do muro em Hyrnan” – ele se afasta do grupo e coloca a mão no ombro de Godfrey
 
- “Me encontre assim que esta reunião terminar, na saída oeste da cidade tem uma pequena cabana a direita da estrada, poucos minutos do portão. Me encontre lá”
 
Então ele retorna para o grupo de jovens, empolgados com a possibilidade de conversar e talvez conseguir informações interessantes para seus objetivos. Aquela típica dança de interesses que era tão desinteressante para Godfrey.
 
Ao retornar ao lado de Mila percebe que ela está entretida conversando com um grupo de jovens donzelas, muito provavelmente noivas de outros nobres ou talvez filhas de nobres e comerciantes. Se valendo da situação Godfrey se serve de outra taça de vinho temperado e fica próximo a sua noiva, apenas observando aquele salão.
 

 

Política NH 14 : 2+1+3 = 6 Sucesso

 
Apesar de não gostar daquele ambiente Godfrey tinha o conhecimento necessário para navegar socialmente entre aquelas pessoas. Na hora seguinte ele é abordado por nobres, comerciantes e jovens cavaleiros.
Com a devida educação e conhecimento os assuntos são desenrolados sem gerar compromissos para Godfrey com o devido tato em todas as recusas as propostas que lhe eram feitas. Era incrível como todos queriam ter algo, fosse o dinheiro da sua família, o peso de seu cargo ou o aval de seu nome.
 
Em determinado momento, para a alegria de Godfrey, Mila se aproxima e diz:
 
- “Meu amado, está no horário de irmos. Meu pai pediu que eu estivesse em casa assim que o sol baixasse no horizonte. Infelizmente nossa reunião terá que terminar” – ela segura o braço de Godfrey enquanto caminha com ele em direção da porta – “Meu irmão está lhe pedindo favores? Eu o amo, mas por vezes ele se envolve excessivamente em assuntos da coroa”

Godfrey sempre olhara Mortimer com "dois olhos". 

Ele sabia que seu jovem cunhado era hábil com as palavras tanto quanto com suas atitudes, e sempre de acordo com seus interesses. 

Qual seria suas intensões? Godfrey sabia que Mortimer não o procuraria para qualquer assunto ilegal ou contra a coroa, então o observa e presta atenção em cada detalhe, enquanto seu cunhado lhe faz o convite.

De fato Mortimer o conhecia, aquelas reuniões o deixavam entediado, mas era preciso sua participação, por uma questão social e política, mas o que ele sentia falta mesmo era do cheiro da lama, dos cavalos, de seus soldados organizados e esperando ordens, da ultima tensão antes da batalha, da sua lamina suja de sangue, da chuva molhando seus uniformes, da sua bota suja, da visão do primeiro raio de sol após sobreviver a mais uma contenda contra seus inimigos, isso que Godfrey gostava, e não estar próximo a esses almofadinhas da corte e seus parasitas.



Quando Mortimer lhe faz o convite ele toma mais uma gole do vinho, coloca a taça na mesa e responde:

- Muito bem Mortimer, vamos nos encontrar. Irei ficar mais um pouco com vossa irmã e lhe encontrarei no local e horário que determinar.

13 de Abril 2023

Enquanto caminhava pelo salão Godfrey não se importava com os olhares que o fintavam, fossem das donzelas que invejavam o noivado de Mila ou dos jovens nobres que observavam Godfrey como um estranho naquele ambiente mas nunca falariam isso na sua frente.
 
Durante o percurso até Mortimer ele percebe que sempre existe um ou dois nobres conversando com ele, jovens comerciantes, senhores já estabelecidos, cavaleiros recém nomeados. Mortimer tinha um amplo alcance não só na nobreza mas também com comerciantes e pessoas menos descentes, ele era um nome que praticamente todos já ouviram falar em algum momento, mas não com importância o suficiente para deixa-lo na memória. Era um posição muito conveniente para quem gosta de transitar em vários círculos e usar sua influência.
 
Assim que chega até seu cunhado ele prontamente lhe estende a mão
 
- “Muito bom lhe ver Godfrey, imagino que minha irmã já tenha lhe falado dos irmãos Harmond” – ele sorri e dá um tapinha no ombro de Godfrey – “Nem perca tempo com eles, a tal rota comercial já esta toda ocupada e eles serão só mais uma caravana no meio de tantas outras”
 

 
Mortimer se serve de uma taça de vinho, para acompanhar Godfrey e diz
 
- “Mas não lhe chamei por isso, na verdade estava pensando que um homem da sua compleição deve estar achando toda esta rotina por demais enfadonha”
 
Ele gira a taça, cheira o vinho
 
- “Uma boa safra... “ – ele toma um gole – “Eu tenho alguns contatos, bons contatos, que me perguntaram se eu conhecia alguém que conhece bem o país e que seja habilidoso e principalmente, confiável. Pensei em seu nome” – Mortimer toma mais um gole – “E não se preocupe, não envolve qualquer tipo de ilegalidade. Diria até que se trata do oposto disto”
 
- “Mas infelizmente não posso falar muito mais, pelo menos não aqui. Sabe como é, nestes chás as pessoas usam seus ouvidos mais que as bocas” – Mortimer olha pela janela e o sol já estava se pondo – “Se você tiver interesse em saber mais, sem compromisso, podemos tomar vinho em um local mais discreto assim que anoitecer”
 

Godfrey ouve sua noiva e observa seus profundos olhos azuis, até que ela o atenta à conversa, o tirando do devaneio:

- Godfrey? Amor? Vai ser importante esse evento com os Irmãos Harmond...

- Sim... sim querida, eu tenho certeza que será importante.

Ele a olha com ternura e beija sua testa com carinho e a olha profundamente, tentando disfarçar ao máximo seu tédio e tentando mostrar interesse pelo assunto tratado pela sua noiva:

- Abençoado seja eu como homem ao lado de uma mulher como você Mila.

Ele então a abraça e por cima se atenta ao discreto pedido de uma "reunião" com seu cunhado Mortimer.

- Meu amor, me permita uma licença, já retorno.

Sem perceber, Godfrey sai de perto de sua noiva sem ao menos esperar uma resposta, a deixando um pouco estupefata. 

Não havia feito isso com intenção, mas o lugar, a conversa, as pessoas o estavam deixando entediado e irritado, e nesse momento ele se agarra a uma pequena esperança de que seu cunhado, pela discrição do "sinal", poderia ter algo interessante para lhe dizer.

Godfrey segue pelo salão até a mesa indicada por Mortimer. No caminho não percebe alguns olhares curiosos de moças da nobreza que olhavam aquele jovem general passar por elas sem ao menos fazer notar suas presenças.

Godfrey era jovem, de certa forma muito atraente para os padrões de um "soldado", mas havia nele uma beleza rústica, e uma inteligência muito acima da média dos lugares que era obrigado a frequentar.

Ele se aproxima de seu cunhado, olha para os lados e o cumprimenta amistosamente lhe estendo a mão:

- Mortimer, que prazer em revê-lo...

Godfrey aproveita e se serve de uma taça de vinho, aguardando a reação de seu jovem cunhado.

13 Abril 2023

Após praticamente dois anos de campanha perseguindo um bárbaro, na verdade um oponente que lhe proveu um desafio a altura dos seus estudos, os dias de Godfrey estavam entediantes.
 
As últimas semanas foram repletas de sessões de negociações entre nobres em sua maioria efêmeras e entediantes, diversos chás e jantares repletos de assuntos desinteressantes e superficiais. No fundo a vontade de Godfrey era retornar aos campos de batalhas e liderar seus pelotões, entender a mente de seu inimigo, dominar o campo de batalha, vencer como venceu nas praias de Ansonne dominando os inimigos de forma que não houve baixas de ambos os lados, talvez sua maior vitória mesmo que pouco reconhecida por aqueles que se vangloriam somente pelo sangue derramado.
 
Naquele momento Godfrey acompanhava sua noiva Mila para mais um “low tea”, um chá casual – que de casual não havia nada – onde seria novamente colocado para socializar com nobres que pouco sabiam da vida fora das muralhas daquela cidade.
 

 
Mila adentra ao salão de braços dados com Godfrey
 

 
- “Ah Godfrey, estava muito ansiosa por este low tea. Os irmãos Harmond estarão aqui e eles estão abrindo uma nova rota de comercio que pode ser muito interessante para sua família, assim que eles chegarem podemos comer alguns petit four e beber chá de jasmim e falar a respeito desta oportunidade, quem sabe com esta nova rota você possa representar os interesses da sua família e voltar sua atenção para as negociações comerciais que podem surgir com este negócio.”

As palavras de Mila eram cheias de entusiasmo e boa vontade, pensando no futuro de ambos na capital de Mégalos. Godfrey faz o possível para entender, mas ainda assim ansiava por deixar os muros da cidades e consolidar seu nome da história dos exércitos de Mégalos.
 
Ao adentrar ao local Godfrey nota que novamente o que deveria ser uma festa simples era na verdade algo muito mais pomposo do que o esperado, o general segura o suspiro para não incomodar sua noiva e se prepara para mais uma tarde - e quiçá uma noite - de conversas enfadonhas.
 
Do outro lado do salão Godfrey percebe a presença de Mortimer de Endeharts, irmão de noiva e seu futuro cunhado e ele também percebe a presença de Godfrey. Ele levanta uma xícara de chá e sorri para Godfrey e discretamente faz um sinal em direção a uma mesa onde ele.