ESCOLA MUNICIPAL THEODORE BOLT

Aquilo estava quase virando um jogo de ditos populares, inevitavelmente a mente de Buck processa respostas para Brad

- "Abrir mão de uma arma não é abrir mão da luta"
- "Não existe arrependimento quando você é fiel aos seus princípios"
- "Um gordo bem alimentado nunca esta desarmado"

Mas ele se resume a responder

- "Eu sei e assumo risco, prefiro me arriscar em uma luta com a faca ou com o bastão que sei bem como usar do que com algo que não tenho prática alguma"

Logo ambos caminhar em direção ao carro de Tyler, que esta olhando para Buck e Brad de uma forma indagativa, no mínimo. Dava para notas que algo o incomodava naquilo tudo.

- "Pelo visto Tyler ainda não esta confortável com esta aliança com o Brad. Não sei por que cazzo que este povo fica se amarrando com picuinhas de porta de escola quando tem algo tão mais importante para fazer"

Mas logo todos começam a caminhar para seus respectivos carros e finalmente a busca iria começar, aquilo deixa Buck ansioso e nervoso ao mesmo tempo. Era arriscado, porem necessário.
Então Suzanna se aproxima dele e levanta novamente a questão da liderança, como se aquilo fosse uma obrigação de Buck, como se fosse algum tipo de rótulo ou título.

De onde Buck vinha só um lugar onde as pessoas faziam questão de serem chamadas de lideres, e eram nas gangues. E eles tinham Brad ali para dar um exemplo de como eles não deveriam se portar.
Por outro lado, na comunidade de Buck haviam líderes comunitários, e eles nunca pediam por este título, apenas eram reconhecidos como tal. Eles faziam oque devia ser feito, ajudam quem precisava e eram respeitados pelos seus atos e não por um título ou cargo.

- "Suzanna, se o pessoal acha que eu posso falar por vocês ou indicar uma melhor opção em um momento de dúvida, não tem problema. Mas esta história de líder não cai bem" - Buck faz um movimento com a cabeça indicando Brad e seu pessoal - "Ali eles tem um líder. Não quero ser algo assim"

Buck segura a mão de Suzanna, entrelaçando seu dedos e completa

- "Eu não vou deixar de fazer oque já estava fazendo, não vou deixar de tomar a frente das coisas e nem de me posicionar em algo que eu ache que precise de uma decisão urgente. Mas quero vocês ao meu lado, não atrás de mim"

Suzanna faz menção de abraçar Buck, que se prepara para retribuir, mas olha para a mesma direção que Suzanna olhava.
Inicialmente ele não entende pois Tyler e Peter já tinham visto os dois juntos, inclusive se beijando, mas então seu olhar cruza com Arny que estava olhando aquela cena.
Buck entende que estava em uma encruzilhada, mas o pior naquele (ou em qualquer outro) momento seria mentir para o amigo e deixa-lo a parte dos fatos.

Buck mantem sua mão segurando a mão de Suzanna, com os dedos entrelaçados e caminha em direção ao carro, ele sente a mão de Suzanna ficar tensa

- "Ela sabia dos sentimentos de Anry e nunca disse nada?"

-"Pessoal, temos que aproveitar o sol enquanto ele ainda esta forte. Temos que falar com o Velho Bruce e depois fazer uma busca pela floresta, então vamos logo por que essa é uma obrigação nossa."

Buck faz o sinal da cruz e entra no carro.

Brad olha com muita seriedade para Buck, e Buck pôde sentir um respeito mútuo se formando entre os dois:

- Muito bem Buck, respeito sua posição, mas lembre-se, “melhor ter e não precisar do que precisar e não ter”.

Brad coloca a mão no ombro de Buck e continua:

- Vamos, o pessoal está todo olhando para nós, tentando imaginar o que viemos fazer aqui, então melhor irmos. Mas de qualquer forma, acho melhor não mencionar a arma, eles podem ficar apreensivos.

Enquanto Buck e Brad conversam, Tyler não pôde deixar de ficar incomodado com a situação. Na sua concepção, ele que deveria estar falando com Brad, então de alguma forma, ele precisaria fazer com que Brad o reconhecesse como um “líder” do grupo e não Buck, que por sinal, abdicou dessa posição frente a todos. Mas isso teria que aguardar o momento certo.

Quando Buck e Brad retornam, Brad se vira para todos e diz:

- Então fechado Tyler, nos sigam no seu carro.

Brad e sua turma começam a se recolher no carro, enquanto os demais se dirigem para o carro de Tyler. Nesse caminho, Suzanna, aproveitando que todos estavam um pouco mais a frente, se vira para Buck e diz:



- Buck. Eu sei que você não quer liderar o pessoal, mas independente da sua posição, você querendo ou não, nós o temos como líder, todos aqui confiam em você.

Suzanna foi dar um abraço em Buck, mas no momento se interrompeu, quando Buck olha para onde ela olhava, via que ambos estavam sob olhares do restante do grupo ao lado do carro de Tyler, os aguardando.

Mas um olhar parecia ter sido bem direto à ele, o olhar do seu amigo Arny…

Buck atende o chamado de Brad e o acompanha até o carro, ao chegar lá Brad comenta a respeito de Arny e mesmo sem dizer algo Buck concorda, havia muito raiva em Arny por tudo que havia acontecido. Não só naquela semana, mas em um todo. A família, a cidade, o delegado, Brad e seus amigos, tudo parecia ser um adversário de Arny.

Mas a conversa dá um guinada e Brad lhe oferece uma arma

- "Cazzo, uma arma?" - mas Brad começa a explica e a explicação fazia sentido - "Talvez ele esteja certo, é melhor estar prevenido."

Um instante antes de Buck estender a mão para pegar a arma, duas lembranças acendem em sua mente, como dois grandes faróis.

Primeiro seu pai, ele houve a voz dele. Ele não se lembra qual era a situação. Na verdade já houveram tantas que as memórias se confundem

- "O certo é o certo, na dúvida é errado"



A outra lembrança é quando ele estava no colégio Victoria Grandinne na West Boulevard, e os garotos da Pumpkin Party resolveram pegar seu amigo Bob "bolso vazio" e Buck se meteu para ajuda-lo a se defender.
Não era nada de mais, até um dos garotos acertar as costas de Buck com a corrente de bicicleta, e ele perdeu o controle partindo para cima daquele moleque. 

As memórias não eram claras, nestas horas Buck assiste tudo como se estivesse dentro de copo embaçado.

Ele lembra de acertar o garoto duas ou três vezes com sua lancheira até ser agarrado por trás, se virar e socar repetidamente quem tentava segurar ele. Só depois ficou sabendo que se tratava de Paulie Piolho.
Paulie era uns 3 anos mais novo, franzino e nunca tinha brigado e só tentou separar a briga, e Buck quebrou quatro dentes dele e deslocou seu maxilar antes de segurarem ele.



Buck engole a seco imaginando o que faria se isso acontecesse com ele com uma arma na mão. Ele teria noção de quem eram seus amigos? Se voltaria contra Brad, Spinossa, Osias e Morgan? Suzanna?
Ele simplesmente não podia correr aquele risco. 

- "Melhor não Brad." - era visível que Buck não estava confortável com a situação - "Eu tenho um problema... eu não reajo bem quando a coisa fica feia" - Buck tentava escolher as palavras - "Eu fico meio agressivo e as vezes.... " - era muito complicado para Buck expor aquele situação - " .... as vezes acontecem coisas ruins com pessoas que eu gosto"

Chegava a ser estranho ouvir aquilo daquele gordinho que parecia ser tão controlado. 
Mas havia um porem, principalmente para Osias e Morgan que tinham brigado com ele na sexta passada, de fato Buck havia agido de um modo que eles nunca haviam visto, chegando a ignorar por completo uma cadeirada nas costas e continuado brigando com Osias.
E os olhos de Buck apresentavam uma seriedade e um peso que Brad podia conhecer. Talvez Buck nunca tivesse atirado em alguém ou mesmo atirado, mas parecia bem óbvio que ele já havia feito algo de ruim e se culpava por isso.

- "Não vou correr o risco de machucar alguém, eu nem sei usar direito uma arma e ainda posso acabar fazendo uma merda" - Buck pensa em indicar Tyler, mas muda de ideia - "Deixa isso com você, ou com seu irmão, eu não posso."

   

A vontade de Buck era que o grupo se dividisse, parte fosse na casa do velho Bruce e o restante fizesse a busca, e isso tinha duas razões. Ganhar tempo e tentar tirar Suzanna da busca na floresta sem parecer super protetor, porem ele sabia que isso acarretava em outros problemas.

- "Para fazer a busca, o mais seguro é que todos estejam próximos, separar o grupo seria um erro. Isso sem falar que quem iria até o velho Bruce? Suzanna e quem mais, talvez Tyler passe confiança, mas isso tiraria ele da busca e não sei se ele aceitaria."

- "Por outro lado, se todos forem juntos fica muito mais fácil manter todos informados e talvez da própria casa do velho Bruce já começar a fazer a busca"

A vontade real de Buck era pedir para que Suzanna fosse para casa dela, ficasse segura. Mas ele tinha certeza que ele nunca aceitaria isso. Ela tinha o mesmo objetivo de Buck, trazer justiça a Berny, e da mesma maneira que Buck não aceitaria ser tirado da busca ela também não aceitaria.

Involuntariamente Buck dá um suspiro, ao ter a real noção que Suzanna iria acompanha-los a mata, e isso o deixaria preocupado do resto do dia.

- "Bem, então estão todos de acordo, ao final da aula vamos encontrar o Brad e o pessoal dele lá fora e vamos todos até o velho Bruce e de lá fazer uma busca na mata"

Buck coloca a mão no ombro de Arny que estava ao seu lado e segura a mão de Suzanna, que estava do outro lado e diz:

- "Mas olha só. Essa ricerca é perigosa, de verdade. Então ninguém pode se afastar, ninguém vai ser lupo solitário." - a testa de Buck já apresentava pequenas gotas de suor se formando - "Vai ser um cuidando do outro, inclusive dos outros caras ali. Qualquer problema com eles a gente vai resolver depois."

Buck estava preocupado, pelo menos era desta forma que ele insistia em pensar, mas lá no fundo ele sabia que estava com medo.

O membro 'carlosmichebr' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'Dado D6' : 5, 3, 4

Era inegável o fato de que Arny era o mais interessado na justiça quanto a Berny.

Sua vida, nesses últimos momentos, estava um caos, frente a vida que seus amigos tinham como realidade. 

Seu pai bêbado, estava cada vez mais insuportável, a ponto de Arny pensar em fazer o pior contra ele. Quanto a sua mãe, era visível o quanto ela estava desgastada com tudo aquilo, parecia não suportar mais aquela vida, mas ela nunca abandonaria os filhos. Já a sua irmã, por incrível que parecesse, toda aquela situação de alguma forma os estavam aproximando.

Ao ouvir todas aquelas argumentações do grupo, Arny sabia que precisava de uma válvula de escape, e isso só seria possível caçando aquela "coisa" que matou Berny, e por mais que o relato de Peter tenha sido assustador, Arny sabia que sua vida só poderia prosseguir quando estivesse sob o cadáver desse "monstro".

Então quando percebe que todos aguardam seu posicionamento, ele então responde:

- Nada vai me tirar a ideia que a culpa de tudo isso foi de Julian e Spinosa, se nos tivessem deixado em paz, estaríamos com Berny hoje...

Arny pensa a respeito de suas palavras sob olhar de todos do grupo.

JOGADA QI 9: 12 - Falhou por 3


Mas após refletir um pouco, nada melhor vem a sua mente. 

Então ele continua:

- Estou com vocês, vamos até a casa do velho Bruce com a turma do Brad. Quanto a Julian e Spinosa, isso eu sozinho, resolvo depois.

Tyler havia ficado em silêncio enquanto todos se manifestavam, apenas restava a palavra dele e de Arny, que devia ser o mais interessado na justiça para com Berny.

Após a conversa com a sua irmã, que o observava lá na sala, ele nem havia se lembrado de como dirigiu silenciosamente até a escola, em razão de todos os pontos que ela havia exposto.

Tyler realmente estava preocupado, sentiu que a situação na qual se encontrava era perigosa, ainda mais depois que ouviu o relato de Peter, que pareceu muito convincente.

Quando todos parecem olhar para ele, pedindo um parecer, ele então se pronuncia.

- Vamos para a Casa do Senhor Bruce. Ficar andando na mata sem rumo me parece perigoso, pelo menos lá, falando com aquele velho doido, podemos obter mais informações. 

Ele faz uma pequena pausa e continua:

- Quanto a turma do Brad, sim, estou de acordo com Buck, se eles querem mesmo ajudar, então quanto mais gente "disposta" melhor para arrumar isso tudo.

O clima estava realmente pesado, e uma sensação de urgência começava a tomar conta de Tyler. 


Ele queria que logo fosse dispensado da aula de hoje e fosse resolver logo esse problema, pegar seu carro, junto com os outros do grupo e ir para a casa do senhor Bruce, mas tinha uma coisa que o incomodava um pouco, era a visão que todos tinham de Buck como um líder, e isso ele ia ter que trabalhar em mudar.


Após um tempo, Tyler fica pensando se não seria "prudente" começar a verificar a coleção de armas do seu pai...

Quando Peter faz a continência, Buck bate na mão dele e diz com um sorriso

- "Nem vem com essa, aqui a gente faz as coisas juntos. Não sou chefe de ninguém aqui não, se tem alguém que 'manda' aqui é o nosso amigo que precisa que seja feita a justiça"

O grupo continua conversando, até que Peter conta a respeito do seu encontro e do relato do Senhor Fabian
Aquelas palavras arrepiam os braços de Buck, que instintivamente os cruza.

- "Pelo menos é um a menos para gente falar, não que essa informação me tranquilize"

Buck aguarda Tyler e Arny se manifestarem, e ele sabia que se houvesse resistência quanto a participação do pessoal de Brad viria deles.

- "Em último caso, eu mesmo vou com eles para a mata e os meninos aqui vão falar com o Velho Bruce. Pelo menos se for assim eu consigo colocar a Suzanna longe da mata"

Ouvindo tudo aquilo que Buck pensava a respeito de todo esse problema que o grupo simplesmente resolveu puxar para si mesmos, Peter é o primeiro a se pronunciar.

- Então Buck, você sabe que não confio nesses caras, viu a confusão que nos metemos no “Point Z”, mas não posso negar que o que eles falaram a respeito de Spinosa foi tudo verdade. 

Peter faz uma pausa e começa a tirar um cigarro do bolso, mas daí se lembra que está dentro da sala de aula, e interrompe a ação, guardando o cigarro no bolso novamente.

- Parece que o Julian realmente se dispersou da “gang”, então temos que ficar espertos, mas se você está seguro de ter eles perto nos ajudando, então estou com você “chefe”.

Peter faz uma continência à Buck, demonstrando que ele aceitava que de certa forma, Buck, seria o líder naquele momento.

Logo que Peter fala com eles, Suzanna se aproxima, estendendo o braço nos ombros de Peter.

- Tudo bem aí turma? Seja lá o que estiverem tramando eu tô dentro.    

O restante do grupo observa Tyler e Arny se pronunciarem a respeito de tudo aquilo, e antes que pudesse dizer alguma coisa, Peter se pronuncia novamente.

- Vamos fazer isso, se encontrar com a turma do Brad depois da aula e ir para esse lugar desse tal de Bruce. Eu já falei com o Sr. Fabian depois do acidente, quando saí do hospital. Foi o que ele disse, me achou caído na estrada e quando foi ver como eu estava, algo estava nas matas, se aproximando de mim…

Peter para por um instante, reviver aqueles momentos faziam seus pelos do braços se arrepiarem, bem como um claro desconforto abdominal, por pouco ele quase tinha tido o mesmo destino de Berny.

Peter tenta descrever um pouco do que vira naquele momento antes da colisão.






- O que posso dizer a vocês, aquilo que minha mente me proporciona lembrar, é de que o que vi naquele lampejo, é que não era humano…

Aquela descrição da “coisa” e os momentos de terror de Peter, fizeram que todos ficassem calados, pensativos, com aquela sensação do subconsciente estar lhes dizendo “saiam dessa antes que se machuquem gravemente ou morram”, mas naquele momento isso não era uma opção, Berny não merecia aquele descaso, ele não…

Então o grupo se vira para Tyler e Arny, aguardando uma posição de ambos.

O clima na sala de aula era tenso, e não faltavam motivos para isso.
Berny havia sido assassinado de forma brutal no final da semana, o Point Z havia sido palco de uma batalha e os protagonistas estavam naquela sala e os demais alunos não sabiam o que poderia acontecer.
Aliado a isso, a turma do Brad estava estranhamente quieta naquela manhã.



Buck percebe que tanto Tyler quanto Peter trocam olhares com ele, obviamente queriam falar algo.

Assim que o professor André termina a aula Buck percebe que precisa aproveitar aqueles poucos minutos entre uma aula e outra para conversar com Peter, Tyler e Arny.

Ele se levanta e dá um toque no ombro de Arny, que parecia especialmente disperso naquela manhã



- "Arny, vem cá, precisamos conversar"

Buck se encaminha em direção a Tyler e no meio do caminho faz um sinal com a cabeça para Peter

- "Viene qui"

A realidade é que Buck não se importava que sua movimentação fosse incomum, ele estava muito mais preocupado em tentar trazer justiça para Berny e o falatório dos babacas da sala não era importante

Quando se aproximam de Tyler Buck se agacha perto dele e vendo que Arny e Peter estão próximos a eles diz

- "É o seguinte, precisamos cobrir parte da mata em busca de pistas, falar com o Velho Bruce e com o Senhor Fabian. O Brad quer ajudar a gente a cobrir a mata em busca de pistas e eu acho que quanto mais gente estiver tentando resolver isso, melhor. Isso não é brincadeira, todo mundo sabe que é perigoso então ir em pouco gente é um risco desnecessário"

- "O Brad me procurou hoje cedo e eu disse que ia falar com vocês, ele vai esperar a gente no final das aulas lá fora na frente do portão, por mim ele ajuda nas buscas. Estão de acordo?"

Buck falava um pouco mais rápido que o normal, e estava mais agitado que o normal. Toda aquela situação era claramente desagradável para ele.

Nos corredores da escola, em direção à sua sala de aula, inevitavelmente Buck sente os olhares de outros alunos para com o casal. 

Sentia-se um pouco desconfortável, mas não podia fazer mais nada a respeito, o que agradecia era ainda não ter cruzado com Arny.

Na chegada à sala de aula, Buck, de uma forma suave e quase inconsciente, desprende seus dedos dos dedos de Suzanna, e se desloca para a sua mesa.

Arny estava sentado, de cabeça baixa, Peter também estava presente, assim como, ao fundo,  a turma do Brad.

Buck os observa e estavam, quase todos presentes, com exceção de Julian, o que deixava Buck com aquele sentimento de poder estar sendo observado. Mas junto a eles, também estava Spinosa, quieto e sentado ao lado de Brad.

O professor André, de inglês, entra na sala de aula e até estranha a quietude no local. 



Ele olha com desconfiança para a turma do Brad, e depois para toda a turma se pronuncia:

-  Muito bem meus queridos, como sabemos, amanhã não haverá aula, em razão do velório do nosso aluno Berny. Diante isso, solicito que todos estejam presentes em respeito à sua memória.

Ele arruma sua gravata borboleta e se levanta diante a sala de aula.

- Outra coisa, as férias estão chegando e até que o que ocorrera com Berny seja resolvido pelas autoridades, oriento que evitem lugares afastados e andem sempre em grupo. Qualquer sinal de "anormalidade", comuniquem as autoridades imediatamente. Pois bem, abram o livro na página 27. 

O professor então começa sua aula sob olhares dos alunos, alguns interessados e outros não, como era de se esperar dentro da normalidade.

Buck observa Arny sentado um tanto isolado, estava mais quieto do que o normal, o que poderia ter acontecido? Provavelmente o ocorrido com Berny ou talvez problemas dentro de casa. 

Tyler olhava para Buck, num sinal de que precisariam conversar após a aula.

Peter também olhava para Buck e a turma do Brad, parecia desconfiado, mas não agiria até que o grupo apresentasse uma proposta.

Suzanna observava a todos, ela era um pilar de sustentação que o grupo respeitava, e cabia a ela os manter unidos.    

Sem perceberem, Karen, irmã de Tyler, também observava a todos, sua preocupação era exclusiva ao seu irmão e no que ele estaria se metendo com aquele pessoal.

Pelo visto, as engrenagem de tudo aquilo começariam a rodar a partir daquele dia e isso poderia desencadear consequências ainda não planejadas por todos.

Quando Buck ouve Brad falar sobre a 'cabeça quente' de Peter logo pensa

- "Peter usa isso para intimidar e marcar território, de fato ele é um pouco cabeça quente. Eu queria poder fazer isso também, ir de peito aberto e marcar território, mas quando eu me exalto sempre dá merda"

Ao final da frase de Brad ele responde

- "Espera a gente do lado de fora do portão principal, vou falar com o pessoal, mas agora é hora da gente tentar resolver isso rápido e para ser rápido tem que ter gente se ajudando"

Buck sabia muito bem que qualquer tipo de desavença era besteira perto do que seria trazer justiça a morte de Berny

- "O que é certo, é certo" - diz, mais para si mesmo do que para o Brad

Logo depois ele é abordado por Suzanna, e para ele era um misto de alivio e receio, ele sabia que a proximidade que se criava entre ele e Suzanna seria dolorosa para Arny. Mas Buck tem o vislumbre que não havia mais nada a fazer, seus sentimentos por Suzanna se intensificavam a cada vez que a via.



E respondendo a sua pergunta diz

- "Problema nenhum. Na verdade o Brad esta preocupado com essa história toda e quer ajudar, falei para ele nos encontrar fora do portão principal depois da escola. Quanto mais gente investigando isso, mais rápido podemos resolver ou pelo menos entender o que pode estar acontecendo"

Buck segura forte a mão de Suzanna, quase sem perceber. A imagem do seu sonho ficava cada vez mais distante, mas o sentimento de perda ainda trazia uma certa ansiedade para Buck.

Durante a breve conversa entre Brad e Buck, e o ouvindo atentamente, Brad responde a Buck antes de ir embora:

- Não tenho dúvidas que você e aquele tal de Peter são de certa forma "diferenciados" do resto do povo dessa cidade. Mas o Peter tem a cabeça quente e prefiro tratar disso diretamente com você.

Brad olha para os lados e depois continua.

- Eu tava pensando em sair pela floresta, nos pontos que essa coisa foi vista, não tem como não ter deixado nenhum rastro, mas acho interessante a ideia de visitar aquele velho maluco do Bruce depois da aula, ele sabe de muita coisa, só não é ouvido por acharem que ele é meio surtado. Mas faça o seguinte, converse com a sua turma e veja se podemos ir juntos. A gente se vê depois da aula Buck.

Antes de sair Brad diz à Buck:

- Quanto a Julian...eu vou ficar de olho nele também, mas se vale um conselho, fica esperto, ele costuma ser imprevisível...

Buck observa Brad se distanciar rumo aos corredores da escola quando percebe alguém atrás de você, e toma um susto com um mão em seu ombro.

Quando então se vira, percebe se tratar de Suzanna.



Estava calor e Suzanna estava vestindo uma blusa presta e com seus cabelos soltos. 

Buck se lembra de quando a conheceu, que parecia aquelas meninas de igreja e que de repente tiveram uma completa transformação.

Então Buck a abraça e é correspondido da mesma forma.



Tudo parecia diferente para Buck, algo em relação a Suzanna o envolvia e ele sabia muito bem o que seria esse sentimento, embora sentisse o quanto isso lhe dava medo.

Suzanna o beija, olha em seus olhos e diz:

- Vi que estava conversando com Brad, fiquei preocupada, ta tudo bem? Vamos mocinho, estamos atrasados para aula.

Buck sente os dedos de Suzanna se entrelaçarem com os seus, e buck nesse momento se sente um pouco desconfortável com a exposição, principalmente em relação a Arny...

O caminho de sua casa até a escola foi preenchido pelo silêncio em ansiedade de Buck, ele olhava para a janela e depois para o relógio. Suas mãos ficavam rasgando o filão de pão em sua mão e colocando em sua boca, e ele mastigava e engolia sem ao menos perceber.

Ao chegar na escola ele desce do carro e dá o primeiro passo, mas escuta seu pai

- "A porta Buck.... "

Buck se vira e percebe que havia deixado a porta do carro aberta, ele fecha dizendo um me desculpe baixo e logo se vira para entrar na escola.

Seus olhos buscavam ativamente Suzanna, até ele consegue enxerga-la a distância. Era como se um peso tivesse sido retirado de seus ombros

- "Graze Dio, ela esta bem." 

Neste momento, em retrospectiva, Buck percebe o quão perdeu o controle ao imaginar que algo havia acontecido com Suzanna. E com isso se dá conta que o sentimento que tinha por ela era mais que amizade.
Mas suas divagações juvenis são interrompidas por Brad.



 - "Pode falar Brad"

Mas Rashid se aproxima lhes entregando um panfleto, que de maneira inconsciente Buck dobra em quadro e enfia no bolso de trás de sua bermuda.
E após ele se afastar Brad começa a falar

Brad escreveu:- Nosso tempo ta correndo, preciso resolver essa merda que aconteceu com Berny, esse Xerife ta escondendo alguma coisa sobre tudo isso, junto com o prefeito.

 - "Como ele sabe que eles estão escondendo algo? O prefeito me parece muito mais preocupado em esconder isso por conta da eleição. Já o tal xerife Orbs pode ter algo a esconder mesmo"

Brad escreveu:- Ontem a noite fui falar com Spinosa...depois de insistir bastante, ele me disse que vocês estiveram lá, mas acho que não aceitaram a ajuda dele. Escuta Buck, sei que vocês tem todo o motivo para não irem com a nossa cara, mas alguma coisa me diz que o que aconteceu com Berny não se trata de uma "normalidade", e as autoridades de merda sabem disso, mas preferem proteger seus verdadeiros interesses.
- Se não quiserem nossa ajuda tudo bem, mas eu também não vou ficar parado enquanto outra pessoa pode aparecer estraçalhada por ai, a não ser que essa outra pessoa seja o xerife Orbs... daí eu espero um pouco.

Buck esperava Brad terminar de falar e então lhe responde

- "O Spinossa ajudou já, ele contou o que aconteceu lá e ele não me parece estar em condição de ajudar de qualquer outra forma" - assim como já havia dito para Arny e Tyler repete para Brad - "E essa história de não ir com a cara de vocês, deixa eu esclarecer uma coisa. A "latrina" da qual eu venho" - Buck resolve usar o mesmo termo que Brad usou na semana anterior para irrita-lo - "é a cozinha do inferno em Nova Iorque, e lá o nosso problema, se é que existia um, acabou na sexta quando colocamos isso a limpo no Point Z"

- "Então para não deixar dúvida, da minha parte esta resolvido." - mas Buck se lembra de Julian - "Mas se o Julian insistir em recomeçar isso, mais hora menos hora vou ter que passar a limpo com ele."

- "Quanto a ajuda, nem a gente sabe ao certo o que fazer, estamos pensando em visitar a floresta hoje para ver se conseguimos encontrar alguma coisa. Talvez falar com o Senhor Fabian e o Velho Bruce que também disseram que viram algo pela floresta. Mas mesmo assim, só devemos fazer isso depois das aulas para não levantar suspeitas" - Buck olha para Brad e o questiona

- "E você? Tinha planejado fazer o que?"

No fundo Buck queria terminar logo aquela conversa e ir falar com Suzanna, mas mesmo ansioso sabia da importância daquele papo com Brad.

Buck chega na entrada da escola, com a carona do Pai, olhando para todos os lados em busca de Suzanna, e nem percebe que sai do carro sem ao menos se despedir dele.

Seu pensamento era apenas referente aquela imagem que tivera no sonho, precisava ter certeza que ela estava bem.

Ao passar pela entrada principal, Buck vê Suzanna, ao longe, conversando com uma outra moça, o que lhe causa tremendo alivio, mas seu caminho é interrompido por alguém que conhecia...Brad.

Ele estava sozinho, vestindo sua tradicional jaqueta de couro preta e com as mãos no bolso.



- Fala Buck. Precisava falar com você.

Nesse momento, ambos são interrompidos por Rashid, que se aproxima da dupla portando panfletos.




- Oi Pessoal! peguem esses panfletos, estou organizando para sexta feira uma reunião para discutir intervenções culturais na cidade...

Rachid nem termina de falar e percebe o olhar de Brad, nada amistoso

- Hã.. bom.. a gente se vê pessoal.

Ao se distanciar da dupla, Brad apenas amassa o panfleto e para surpresa de Buck, ele não joga o papel no chão e sim o coloca no bolso.

Então Brad se vira para Buck e diz:

- Nosso tempo ta correndo, preciso resolver essa merda que aconteceu com Berny, esse Xerife ta escondendo alguma coisa sobre tudo isso, junto com o prefeito.

Brad acende um cigarro, mas talvez por educação, não o oferece para Buck (por se tratar de um cigarro) e continua:

- Ontem a noite fui falar com Spinosa...depois de insistir bastante, ele me disse que vocês estiveram lá, mas acho que não aceitaram a ajuda dele. Escuta Buck, sei que vocês tem todo o motivo para não irem com a nossa cara, mas alguma coisa me diz que o que aconteceu com Berny não se trata de uma "normalidade", e as autoridades de merda sabem disso, mas preferem proteger seus verdadeiros interesses.

Brad apaga o cigarro, e antes de ir se vira para Buck e diz:

- Se não quiserem nossa ajuda tudo bem, mas eu também não vou ficar parado enquanto outra pessoa pode aparecer estraçalhada por ai, a não ser que essa outra pessoa seja o xerife Orbs... daí eu espero um pouco.

Brad esboça um pequeno sorriso e se despede de Buck. 

Ao ver Brad se distanciando, Buck percebe, por meio de sua convivência nas ruas, que de alguma maneira Brad tinha uma atenção especial à segurança da cidade, ele só não entendia o por que esse sentimento brotaria de alguém como Brad, que na primeira vista, parecia querer incendiar a cidade. 

De qualquer forma, o tempo estava mesmo correndo, e se essa coisa realmente existisse, seria questão de tempo para mais uma pessoa se tornar vítima.

O restante do dia transcorre normalmente na escola, e após o almoço cedido, os alunos começam a se arrumar para irem enfim embora e curtirem o final de semana.

Antes que todos pudessem sai da sala, Rashid, interrompe a todos com seus "pronunciamentos":



- Pessoal! Pessoal! hoje a noite irei fazer na minha casa um encontro literário e organizar uma revisão do nosso estudo de química, aqueles que puderem vir me deixem o nome agora. Vai ser muito divertido!

Mal Rashid termina de falar e a "Gang do Brad" já passa por ele quase o derrubando, a maioria do restante da sala aproveita o "vácuo" e faz o mesmo. Rashid eram aqueles alunos que andavam com livros para cima e pra baixo, tirava somente ótimas notas, fazia sempre questão de destacar pela sua intelectualidade, respondendo sempre as perguntas do professor quando havia pergunta dirigida à sala, mas era considerado um "chato" pelos demais. Sempre se posicionava como o "representante" da sala, e na primeira oportunidade dava seus discursos, imaginando que todos o ouviam.

Buck dá uma olhada para trás e vê apenas uns 2 alunos se "escrevendo" para a atividade com ele, o restante faz questão de ir embora, afinal era sexta feira.

A "gang do Brad" já é vista saindo em disparado na rua e entrando no carro de Brad, o que alivia a sensação dos demais alunos que começam a sair. Arny e Berny não são vistos, o que provavelmente se supõe que ainda estejam na delegacia ou na melhor das hipóteses, pudessem ter sido liberados e resolvido ter ido embora para casa mesmo. 

Suzanna se aproxima de Buck, em meio a todos aqueles alunos na saída da escola, gritando e se divertindo, e pergunta de forma calma:

- Você vai mesmo para a delegacia? se for eu queria ir junto com você. Quem sabe a gente consiga dizer ao meu pai para ele liberar Arny e Berny. Estou preocupado com os dois...

Buck percebera que Suzanna estava muito preocupada, isso podia ser normal, por que ela simpatizara com eles, mas havia alguma coisa que a estava deixando incomodada, havia alguma coisa que fazia com que ela não quisesse Berny e Arny ficassem sozinhos com seu pai.

Quando Peter se aproxima e é recebido por Suzanne, Buck lhe estende a mão

- "Que belo primeiro dia hein Peter?" - diz com um sorriso.

- "Aqueles babacas estão causando problemas desde ontem na sala, mais que o normal." - ele baixa o tom de voz e completa - "A diretora dá cobertura para eles, o Brad é sobrinho dela"

Suzanne arregala os olhos quando Buck coloca a diretora como cumplice da gangue, mas para Buck aquela era a realidade, toda a fachada de mulher séria da sociedade era só verniz.

Buck abre a mochila e tira dois pães recheados com queijo e azeitonas, divide um ao meio e entrega para Suzanne e Peter e começa a morder o outro enquanto coloca o bolo oferecido por Suzanne em um guardanapo para comer depois.

Se dirigindo a Peter ele completa

- "Cara, esconde bem essa faca. O Brad já deve ter ido abrir a boca dele para a tia e daqui a pouco vão aparecer para te revistar." - ele baixa o tom novamente e completa - "e eu vi você chegando na escola, imagino que uma das últimas coisas que você precise é ter problemas com a direção da escola a respeito de uma faca"

Quando é questionado por Suzanne, ele prontamente responde

- "Sim, jogaram uma pedra na janela da loja. Eu sei que foram eles, o tal do Spinosa deixou um caco de vidro na minha mesa. Este tipo de babaca não desiste tão fácil."

- "Na verdade, uma boa surra abaixaria a bola do Spinosa. Mas Brad não vai recuar, ele é igual ao Siroco Little Mouth, só conseguiram fazer ele parar na base da bala. Eu preciso me preocupar com ele, o resto é moleque"

A divagação de Buck é interrompida por Tyler que se aproxima.

 - "Aquele dois? Porra, o cara é um almofadinha do interior mesmo, catso de red neck "

- "Arny e Bernie. São os nomes deles."

- "Se eu pudesse sairia agora para ir na delegacia, eles não tem coisa alguma com a vidraça, o pedaço de pau que eles estavam fui eu mesmo que dei para eles." - e se virando para Suzanne - "Vou falar com seu pai assim que sair da escola."

Buck tinha falado de mais e comido de menos, ele dá três boas mordidas no pão recheado.

- "O xerife chegou na sala junto com a diretora, aposto uma peça de peperoni que ela disse que o sobrinho era inocente e jogou a culpa no Arny e no Bernie, afinal são negros, fracos e pobres..... putana!"

Os alunos são liberados para o intervalo no pátio da escola, e é notório que o assunto é a "condução" de Arny e Berny pelo Xerife Orbs.

Naturalmente, Buck e Suzanna acabam por ficarem juntos um do lado outro no pátio. Suzanna está visivelmente abatida com o ocorrido, e logo depois, aos poucos, o novato Peter também se aproxima deles, um pouco deslocado, mas é bem recebido por Suzanna:



- Oi...não lembro seu nome desculpa,  eu sou Suzanna e ele é Buck, nossos amigos que foram com o Xerife são o Arny e o Berny, mas eles não são bandidos, não fizeram nada...é só por que meu...meu pai.. ele...ele não entende...

Suzanna se cala por um instante, realmente ela estava muito sentimental em relação aos dois, o que fizeram os dois para merecerem ser humilhados desse jeito? ela não entendia. Ela então olha para Peter e diz:

- Sei que foi meio violento, mas mesmo assim obrigado por nos defender. Mas toma cuidado, a turma do Brad vai ficar de olho em você, eles não prestam, e é melhor tomar cuidado com essa faca, alguém pode falar com a direção sobre o ocorrido. 

Suzanna então abre um pote que tinha numa sacola, e oferece à eles um grande pedaço de Bolo de chocolate com creme para cada um, Peter aceita de bom grado, pois estava "morto" de fome. Estava nítido que ela tinha separado mais pedaços que eram para ser entregues para Arny e Berny, o que a faz ficar um pouco em silêncio, em sinal de tristeza.

Ela então se vira para Buck, depois de oferecer a ele também um pedaço de bolo:

- E o que aconteceu na sua loja Buck? quebraram o vidro? certeza que foram "eles".

Quem chega próximo também é Tyler, ele se aproxima com as mãos em sua calça branca, com o devido vinco nas duas partes das pernas. Vestia uma camisa de linho vinho, com uma corrente prateada como adorno para seu pescoço,  seus sapatos eram da cor marrom, seus cabelos esvoaçavam com as rápidas interações dos ventos no pátio, estava muito calor, e a cada passo dele, era notório como as "moças" o olhavam, e ele notava isso, as vezes as retribuía com atenção de um piscar de olhos ou um sorriso, expondo uma dentição perfeita e branca. 

Tyler então se apresenta ao novado:

- Opa, meu nome é Tyler, legal o que fez ali protegendo eles da Gang do Brad, e não sei por que acabaram levando aqueles dois (Tyler não lembrava o nome deles) da nossa sala...espero que não seja nada grave.

Tyler sentava se na frente e precisa ver o que estava rolando no fundo onde estava a turma de Brad e o gordinho do Buck pensou em.observar se estava vendo conflitos de olhares enquanto o professor escrevia na lousa pegou seu lápis e foi aponta lo na lixeira que ficava no canto da porta e no centro estava a mesa do professor e ali era um.bom lugar para observar os alunos do fundo observou o novo garoto escrevendo e olhando para o gordinho, percebeu que era um cara forte e de boa aparência, Brad observava para o novato e para Buck e de repente virou se diretamente para Tyler e o seguiu com os olhos ate ele sentar.
Quando acabou de sentar a porta bate e o professor para com sua escrita e direciona ate a porta era o técnico de futebol americano o professor James Mahn 


Campeão na decada de 50 era conhecido como um cara Durão não gostava de molengas e não tolerava coisas de maricas pegava sempre pesado nos treinos e mantinha Tyler como seu jogador principal, alguns achavam que o prefeito tinha um dedinho nisso tudo, mas Tyler tinha seus momentos. James tinha um sério problema com o poker so não perdeu sua casa pq o prefeito era seu amigo de infância e fez um cambalacho com o ganhador todos sairam ganhando, mas James ficou a merce do prefeito tanto que fazia suas campanhas políticas e alguns outros favores, fato que fazia sempre com maior prazer depois de ter salvo sua pele junto com sua familia James era pai de Benety melhor amigo de Tyler.
- Professor queria somente deixar um recado para a equipe de futebol o treino vai ser hj depois da aula falta 4 jogos para as finais precisamos nos preparar forte para esse jogo e tbm precisamos de jogadores para repor e fiquei sabendo que tenos novos alunos se interessarem me procure. Obrigado professor.
Sem.deixar o professor falar fechou a porta e foi embora.

O circo fora montado e desmontado com a entrada do xerife, do professor e a diretora. Habilmente Peter esconde sua faca, mas um pensamento não lhe sai da cabeça. As palavras e formas de Brad, como ouvira ser chamado pelos colegas de classe. 


"- Calma...Peter não é? guarda essa faca antes de ser expulso,  seja inteligente e espera um melhor lugar e horário para usar ela contra a gente. O que acha garanhão?  "


"Ele foi frio....calculista. Não era apenas um tranbiqueiro como os demais. Era inteligente e perigoso."

Não houve chance para a resposta, então Peter senta-se em sua carteira e percebe que os garotos teriam que ir à delegacia. O que será que fizeram??? Foram responsáveis pelo vandalismo então, ou eram apenas mais carne de canhão??? Dois negros, uma grande coincidência ou mais um ato de racismo nesta merda de lugar?? 

Descobre então que Suzanna era filha do xerife e suas palavras o deixam confortados. Era uma garota decente que não julga, sem aquela coberta de preconceitos que assolavam o país. 

O Xerife estava ficando já sem paciência, mas quem falava agora era o filho do prefeito e ele tenta ser razoável

- Como foi informado senhor Tyler, é assunto da policia, houve certos acontecimentos aqui na cidade e só quero conversar com esses dois, até que as coisas sejam esclarecidas. Venham, não posso mais perder tempo aqui.

O Xerife sai da sala com Berny e Arny os acompanhando. Buck percebe que o Xerife deve estar querendo falar com os dois por causa do ocorrido com a sua loja, mas sabe muito bem que eles não tiveram nada a ver com isso, o Xerife estava apenas querendo encontrar os culpados, mas usando primeiramente questões "raciais" no processo e isso faz o sangue de Buck ferver.

A diretora Agripina acompanha o Xerife com os dois alunos e o professor Havengard retorna com a aula, não antes de Suzanna novamente impor seu descontentamento diante da situação:

- Não é justo professor, eles não fizeram nada!

O professor Havengard tenta minimizar a situação

- Olha Suzanna, houve uma ação de vandalismo contra a loja dos pais do seu colega de sala, o senhor Buck. Como Arny e Berny foram vistos ontem no final da tarde andando sozinhos, e "armados" com um porrete de madeira, o Xerife só quer conversar com eles a respeito disso. Agora por favor, vamos retomar nossa aula.

Agora as coisas faziam mais sentidos para Buck, o Xerife estava querendo encontrar os culpados, mas do jeito dele...

-Espere! - falou Tyler querendo entender pq Burny e Arny estavam sendo emcaminhados para a delegacia
Sua irmã tenta segurar Tyler para que fique quieto, mas o fato de levar uma ombrada de Brad deixou Tyler nervoso e mais ainda com a cara de deboche ao escutar o xerife mandando os dois para a delegacia, se vira arruma seu cabelo coloca suas mãos macias nas mãos de Suzzane em um gesto de calma com sua amiga e diz olhando para o xerife.
- Desculpa Sr Xerife mas é um direito deles saber por qual motivos estão sendo emcaminhados, pq diante dos fatos são os menos culpados aqui.

Naquele momento que uma faca aparece na mão do novato, com ele gritando ao lado de Buck, contra a "Gang do Brad", alguns alunos se afastam correndo para os fundos, derrubando mesas e livros e cadernos, outros gritam, Suzanna estava quase chorando.

Tyler recua um pouco, devido a um empurrão que tomou da sua irmã, que se aproximara para tirar ele dali:

- Você ficou maluco???? Ela grita com o irmão

As coisas estavam chegando a um nível que ela não estava afim de ver o irmão sendo esfaqueado naquele lugar.

Brad vê aquela faca com um olhar estranho, um olhar que gostou de ser provocado daquela forma, agora ele poderia agir, em "legítima defesa", mas a atitude dele é outra, após também ouvir Buck . 

Quando Spinosa faz uma menção de sacar alguma coisa, a mão de Brad encosta no braço de Spinosa e o faz parar, Brad se posiciona na frente do grupo deles e encara Peter, Arny e Buck, e Berny logo atrás deles,  sem medo nenhum de tomar uma facada ali mesmo.



- Calma...Peter não é? guarda essa faca antes de ser expulso,  seja inteligente e espera um melhor lugar e horário para usar ela contra a gente. O que acha garanhão?  

Sem ninguém entender, Suzanna se põe da frente de Brad

- Se fasta Brad!! meu pai está aqui na escola, vi o carro dele agora parado lá! se tentar alguma coisa eu juro que você vai ser dar mal!

Quando Brad vai dizer alguma coisa, um aluno grita "estão voltando!"

O tempo só foi suficiente para alguns se sentarem e outros permanecerem de pé mesmo, o Professor Havengard, junto com a diretora Agripina e o Xerife Orbs entram na sala, aos gritos do professor

- Mas que desordem é essa???? o que está acontecendo aqui???? não foi dito para permanecerem sentados e quietos!!

Antes que alguém pudesse responder, o Xerife se põe na frente do professor e encara a sala de aula, totalmente desarrumada.



Ele respira fundo, tira seus óculos e observa por um tempo todos se arrumarem e pegarem suas coisas do chão. Ele sabe que alguma coisa havia acontecido, provavelmente envolvendo os dois negros da sala e a "Gang do Brad". Mas ele tinha assuntos a resolver, assunto da sua responsabilidade, então calmamente ele se pronuncia para a sala.

- Quero que os senhores Arny e Berny se levantem e me sigam para a delegacia.

Sem entender absolutamente nada e por se tratar do seu pai, Suzanna toma a frente numa posição totalmente defensiva para com Arny e Berny e diz:


- Pai! o que eles fizeram?? por que irão para a delegacia com o senhor????

O Xerife Orbs pareceu surpreso com a atitude da filha, ao julgar pelo quanto seus olhos se arregalaram ("Que porra ela esta fazendo defendendo dois negros!!!???") Mas ele não perde a linha, mesmo ali com vontade de fazer isso, e responde para a filha de modo firme, impondo sua autoridade como policial e não como pai:

- Minha Jovem! isso é assunto de competências das autoridades de Everet Falls, nesse caso, representada por mim! O Xerife da cidade, entendeu??

Suzanna logo se senta e fica quieta, mas seu olhar era de preocupação, não entendia o por que do seu pai estar querendo falar com Arny e Berny, eles não haviam feito nada. Mas logo depois, também sem entender o por que do Xerife Orbs querer que os dois o sigam, Arny e Berny obedecem e saem da sala, mas antes o Xerife os interrompe e dá mais uma orientação:

- Peguem suas coisas, talvez não voltem mais para a escola...hoje.

Berny estava quase chorando, sem entender nada, mas Arny permanecia frio.  Peter estava quase explodindo de ódio, mas no último momento havia guardado a faca, que por pouco o faria ser preso ali mesmo, ou na pior das hipóteses, ter tomado um tiro do Xerife.

Buck estava com seu punho cerrado fortemente envolto no soco inglês no seu bolso, alguma coisa estava estranha, por que Arny e Berny?

E agora um conflito seria iminente em questão de tempo com a "Gang do Brad" e quais seriam seus aliados? por mais que não quisesse ninguém envolvido, sabia que podia contar com Berny, Arny, e até Suzanna, do jeito dela, mas e esse novato de nome Peter? e Tyler? quais seriam suas convicções para se meterem nessa tremenda encrenca?