Personagem Franklin Worthinson

- "Bom dia Senhor Donatan, bom dia senhorita Grace. Realmente temos bastante neve lá fora." - diz Franklin com um sorriso no rosto. - "Se me permitem tenho um plano para hoje. Tenho os esboços de como o salão deve ficar, irei repassar com a Senhorita Grace os detalhes e então começaremos a realizar os os pedidos com os fornecedores. Como todos estão próximos ao centro, poderão entregar logo depois do almoço. Então se me permitem, gostaria de estar presente na Camara do Comercio para indicar como tudo deverá ser organizado"

Senhorita Grace solta um risinho, ela achava tudo aquilo muito divertido. Eram anos organizando o baile da mesma maneira, sem qualquer mudança ou ajuda.

O Diretor Donatan acena positivamente com a cabeça e diz: "Não vejo problema, creio que Grace também ficará feliz em lhe acompanhar. Acho que será bom que ela possa estar perto da organização."

Obviamente Donatan não deixaria um aluno sozinho fazendo tudo isso, apesar de não duvidar da capacidade de Franklin.

Durante parte da manhã Franklin explica para Senhorita Grace tudo que deveria pedir, os horário de entrega e os fornecedores, e então eles começam a realizar as ligações

{ Comércio NH 15 vs 13 : Sucesso por 2}

Franklin começa a conversar com os fornecedores, ajustando os prazos e valores, regateando o preço e caso não conseguisse, tentava um produto um pouco melhor pelo mesmo preço, ela parecia incansável nas negociações. Enquanto isso, Grace da outra linha observava o entusiasmo juvenil de Franklin e amarrava todas as pontas soltas do evento. Sua experiência era complementar ao entusiasmo de Franklin.

Perto das onze da manhã, Franklin deixa os últimos detalhes com a Senhorita Grace

- "Senhorita Grace, creio que estamos com tudo alinhado. Você tem feito um ótimo trabalho e ficarei muito feliz se puder me acompanhar a tarde para irmos até a Câmara do Comercio."

Logo Franklin adentra a sala do Diretor Donatan

- "Com licença Senhor Donatan" - se senta a mesa e puxa um caderno de anotações. - "Eu fiz algumas anotações sobre anatomia e fisiologia. Vi que as glândulas supra renais são responsáveis pela produção de epinefrina, mas o gatilho ocorre em uma pequena porção no centro do cérebro chamada amídala. E fiquei muito curioso a respeito dos efeitos da epinefrina no corpo, encontrei relatos que momentos de tensão podem fazer uma pessoa comum realizar ações inimagináveis"

{ QI 15 vs  13 : Sucesso por 2 }

Frank mantém seu controle e segue rapidamente em direção à escola e vai diretamente para a sala da diretoria. Diretor Donatan estava ali a conversar sobre trivialidades com Srta. Grace quando percebem a entrada de Frank. 


"Bom dia caro senhor. Hoje como pode perceber, todos um pouco atrasados por conta da neve que esta intensificando-se. Entre em minha sala e conte-me sobre os planos. Nosso tempo é curto e preciso de toda sua dedicação neste dia e além disso teremos nossa aula particular para compensar seu tempo fora das salas de aula. Venha entre comigo."

Srta. Grace sorri, cumprimenta Frank e continua seus afazeres.

"Srta. Grace, o jovem Frank precisará usar de todas as facilidades de nossa sala. Então ele que sinta-se a vontade para utilizar de todos os materiais e recursos que a escola possui para concluir seu trabalho para o grande evento de amanhã."

O membro 'Guzzon' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'Dados' : 1, 4, 3

- "Isso é bem inesperado pai, eu não me lembro de ter visto algo assim na cidade. Mas o oficial Parker esta a frente da investigação e ele me parece muito competente."

Após de despedir de seus pais, Franklin parte em direção a escola.

Franklin havia desistido do seu agasalho, após uma quadra da sua casa ele já estava incomodado pelo calor, opta por guarda-lo na mochila e ir somente com a camiseta de manga longa que usava por baixo.

Em sua cabeça pensava em como seria seu dia e o caminho que estava pavimentando para fama e reconhecimento, e pelos seus méritos. E haviam ainda estes poderes que ele estava começando a conhecer, ele colocaria em sua agenda algum tempo para treinar estas habilidades, um contêiner era a melhor opção.

Quando se aproximava da casa de Janet nota que Sebastian também estava por ali, ele acha estranho em primeiro instante mas se lembra que a casa de Sebastian não era tão longe dali.

{ Manha NH 14 vs 8 : Sucesso por 6}

- "Aquele cara que morreu ontem, era um traficante e da mesma área do Sebastian e até onde eu me lembro ele tinha ligação com a gangue que o Sebastian usa as cores. E teve todo aquele papo de que ele foi enviado para dar uma surra no irmão da Janet, e agora o cara aparece morto. Será que Sebastian tomou uma ação mais radical para tentar sair da gangue?"

- "Mas ele conseguiria fazer aquele estrago no carro?" - Então Franklin se lembra de um detalhe - "O acidente foi aqui perto, perto da casa da Janet. Será que ela.. não, ela não. Mas June, ela disse que sempre protegeu Janet. Deve ter sido isso, muito provavelmente."

Franklin preferia encontrar Janet sozinho, mas seria indelicado ignorar a presença de Sebastian no local, ainda mais agora que ele tem ciência de que eles três são dotados de habilidades únicas.

- "Hey Sebastian!" - Franklin acelera o passo para se aproximar de Sebastian e coloca a mão no ombro dele - "E ai? Tudo certo? Viu o acidente de ontem? Foi aqui perto, acho que no próximo quarteirão"

Após um delicioso jantar e uma mais que agradável conversa com sua família Frank vai ao seu quarto, mas ainda está muito excitado com tudo e demora um pouco a dormir. Pensa em Janet, Sebastian e sua situação com June. Ela era misteriosa e não saber exatamente quem ou o quê ela era o incomodava, ele queria ir mais afundo, mas ao mesmo tempo pensa que não gostaria de magoar Janet com este assunto.

Seu quarto era confortável, possuía uma bela cama de casal somente para ele e uma estante repleta de livros que adquiriu durante sua juventude, inclusive um que fora de seu bisavô Willian Goldfield Warthinson chamado "As Dores do Mundo - O Amor, a Arte, A Moral, A Religião, A Política - O Homem e a Sociedade."

Considerada uma das obras clássicas da filosofia alemã, esta obra apresenta uma série de reflexões sobre a existência, propondo uma nova forma de se pensar a dor e a felicidade. Temas como o amor, a morte, a arte, a moral, a religião, a política, o homem e a sociedade ilustram a teoria exposta por Schopenhauer.  O filósofo traz reflexões sobre a existência, cuja finalidade, segundo ele, seria a própria dor, constituindo-se o mundo num lugar de expiação. Para Schopenhauer, faz-se necessário refutar as premissas estabelecidas pelos sistemas metafísicos que entendem o mal como algo negativo. Pois, do seu ponto de vista, ao contrário do bem, o mal é que deve ser considerado positivo, uma vez que somente ele se faz, de fato, sentir. O autor tece suas considerações fundamentando-se na teoria de que “O bem, a felicidade, a satisfação são negativos porque não fazem senão suprimir um desejo e terminar um desgosto (…), em geral, achamos as alegrias abaixo da nossa expectativa, ao passo que as dores a excedem sobremaneira. 

Frank abre-o por um instante e lê um de seus trechos:

"Assim como um regato corre sem ímpetos, enquanto não encontra obstáculos, do mesmo modo na natureza humana, como na natureza animal, a vida corre incosciente e descuidosa, quando coisa alguma se lhe opõe à vontade. Se a atenção desperta, é porque a vontade não era livre e se produziu algum choque. Tudo o que se ergue em frente da nossa vontade, tudo o que a contraria ou lhe resiste, isto é, tudo que há de desagradável e de doloroso, sentimo-lo ato contínuo e muito nitidamente. Não atentamos na saúde geral do nosso corpo, mas notamos o ponto ligeiro onde o sapato nos molesta; não apreciamos o conjunto próspero dos nossos negócios, e só pensamos numa ninharia insignificante que nos desgosta. — O bem-estar e a felicidade são portanto negativos, só a dor é positiva."


Partindo desta premissa - pensa Frank - como analisar por este prisma minha própria existência? A dor  nos desperta à realidade ao passo que a alegria nos faz adormecer?

Entre um devaneio e outro Frank dorme. Fora um dia exaustivo. Ao acordar, corre para o banho ainda na dúvida de passar na casa de Janet ou não e prefere controlar-se e seguir rumo a escola. Toma seu café da manhã junto a seus pais que estavam claramente empolgados com o dia de sábado. Seu pai estava lendo o jornal local e passa a Frank. "Veja as notícias meu filho. Esta cidade está ficando perigosa precisamos nos resguardar. Mas veja, estamos nos noticiários.



Frank sente-se preocupado com as notícias, mas o orgulho de ter sua família representada na mídia escrita é muito maior. Sai de casa logo após o café e no caminho muda de idéia. Abre um sorriso e resolve passar na casa de Janet. Praticamente a um quarteirão da casa de sua amiga avista Sebastian atravessando a rua com seu uniforme e mochila escolar.

- "Isso é delicioso. É denso, parece que aquece meu peito, este sabor lembra uvas, mas tem muito mais. Madeira? Ameixas? Isso é incrível... ainda irei estudar e entender melhor"

- "Isso é muito bom pai, eu acho que em alguns anos irei estudar mais sobre vinhos."

Gordon sorri, ele continua achando muito curioso a maneira como seu filho se ligava a quase tudo, sempre via estudo e entendimento. Ele via muitos jovens, filhos de seus amigos e funcionários tendo problemas com gangues e drogas. Seu problema com Franklin era ser esquecido em uma biblioteca, e o fogo.

Ao terminar seu gole de vinho, Franklin fica por mais alguns instantes na mesa e sabendo que iria acordar cedo no dia seguinte opta por ir se deitar.

- "Eu vou deitar" - Franklin se levanta e beija seu pai, sua mãe e senhora Knopfler - "Terei um dia muito atribulado amanhã, provavelmente irei até a Câmara de Comercio para acompanhar a arrumação do salão, este evento será um marco na história da cidade"

Após um dia longo, cheio de alto e baixos, finalmente Franklin pode descansar. Ao final ele racionaliza tudo que ocorreu, se entristece por ter perdido a paciência com June.

- "Não devia ter gritado com ela, querendo ou não ela me ajudou. Quem sabe um dia voltemos a nos falar, assim poderia me desculpar pela minha ação impensada."

Franklin adormece e tem um sono revigorante.

Ao acordar ele sorri, já era sexta feira, ele poderia atuar na organização da festa, já tinha um primeiro tema para tratar com o Senhor Donatan e sabia que seria um dia incrível, não havia dúvidas.
Ele só esperava que Janet e Sebastian também tivessem se recuperado da tensão do dia anterior, principalmente Janet.
Franklin fica na dúvida se devia ou não passar na casa de Janet naquela manhã

- "Eu até gostaria de passar na casa de Janet, mas depois de ontem não sei se seria adequado. Apesar que ela disse que ainda queria manter a nossa amizade."

Franklin não entendia, mas pela primeira vez ele estava tendo uma briga entre sua razão e sua emoção. Enquanto que a lógica dizia que ele poderia encontra-la na escola, havia um sentimento que o impulsionava a ir para casa dela. 

Franklin sai de sua casa em direção a escola, mas muda de ideia no meio do caminho, acelera seu passo e abre um sorriso, seu destino era a casa de Janet.

O abraço em Sra. Knopfler foi sincero e cheio de calor. Ela sorri meio que sem graça e com a palma de suas mãos toca as bochechas de Frank. "Meu filho, você é tão pequeno quanto os problemas que reclama e tão alto quanto as soluções que propõe. Posso ser apenas sua empregada, mas para mim é como um filho que sempre quis ter." 

Ela o beija no rosto..."Vamos sua canja pode esfriar e não serviria isto para meu pequeno grande chefe!"

Seus pais ficam abismados com o relato de Frank. Os olhares de imenso orgulho fazem os olhos de Frank brilharem, sua pele toda arrepiada e ele não consegue parar de falar. Finalmente depois de um dia tenso um momento de glória.

Gordon olha para Sra. Knopfler e pede para que ela sente-se a mesa junto a eles. Levanta com um semblante de orgulho. "Volto em um minuto."

Logo em seguida volta com uma garrafa de um belo vinho francês de sua reserva especial que guarda em sua adega no porão da casa. 

Ao terminar de ouvir o relato da senhora Knopfler, não haviam palavras a serem ditas, a sabedoria daquela senhora não precisava de complementos ou reforços. Franklin apenas se levanta e a abraça, por vezes uma demonstração de carinho era muito mais esclarecedora que uma longa retórica.

Ao ter espaço para falar sobre o evento, os olhos de Franklin brilham e as palavras da senhora Knopfler fazer total sentido.

- "Eu propus ao diretor Donatan que permitisse que eu ajudasse na organização do evento. E sabendo da minha ligação com a biblioteca e com todos que trabalham lá ele permitiu"

- "Eu fiz o discurso de abertura. Me lembrei das suas palavras pai, sobre lutar pelo seu mérito e respeito a todos que estão presentes em nossas vidas, e as palavras do Diretor Donatan a respeito do compartilhamento do conhecimento, da busca por respostas e por manter a mente aguçada e curiosa." - Franklin sorri - "Modéstia a parte, o discurso ficou ótimo, vocês verão na abertura do baile, serei o orador do evento"

Neste momento Gordon para um instante de comer e vira seu rosto para Franklin. Ele havia acreditado que o filho apenas relataria mais um dia na escola. Mas escrever o próprio discurso e ser convidado para ser o orador do evento era inesperado. Rose abre um sorriso e seus olhos marejam.

- "Depois montei todo o planejamento do local. Mesas, garçons, buffet e tudo mais, tal qual já vi a mamãe fazer nos eventos que ela organiza. O Senhor Donatan achou que o trabalho foi muito superior ao esperado e permitiu que eu acompanhasse toda a preparação, ajudando na execução do evento como um todo."

Franklin para por um instante e diz:

- "E tomei uma decisão sem consulta-los, mas foi necessária. Senti no Diretor Donatan uma grande conhecimento acumulado, ao mesmo tempo que uma apatia por conta de sua rotina. Eu pedi que ele fosse meu tutor e desta forma irei conversar com ele, sobre assuntos acadêmicos, no máximo uma hora por dia. Creio que isso será muito importante para meu desenvolvimento e espero que este desafio possa trazer animo ao dia a dia do Diretor"

O jantar estava de fato delicioso, e aquela conversa com seus pais e os planos traçados conseguem acalmar o coração de Franklin 

Bastava ele descansar mais uma noite e no dia seguinte ele seguiria o plano.

Frank entra em seu banho e seu chuveiro não tráz todo o calor que ele necessita. Senta-se e com as mãos nos joelhos dobrados chora como uma pequena criança. Mas isto alivia e todo aquele sentimento aos poucos começa a cessar. Ele lembra-se então do discurso, do baile e aquilo faz com que sua mente disperse. Um calor é sentido novamente. O da glória. 

Franklin estava visivelmente assustado com a situação, sem entender o por que daquilo, mas as palavras de seu pai deixa clara a situação. Ele havia irrompido em chamas sem perceber, somente por pensar nas chamas, somente por se sentir a vontade com aquilo.

- "Estou bem, estou bem... não foi nada. Sim senhor, tomarei meu banho e venho jantar"

Franklin sobe até seu quarto, tira a roupa e vai para o banho. A água começa a cair em sua cabeça e toda a pressão do dia finalmente lhe atinge, ele se senta no chão do box e começa a chorar, era muita coisa para administrar, muita coisa. Ele precisava manter as aparências, mais que isso, ele precisava ser calma, precisava ser racional, pois somente assim ele chegaria aos seus objetivos.



Mas naquele momento ele era um garoto de quinze anos que quase queimou sua própria casa. 

Ele deixa a água lavar toda aquele pressão que sofria, em parte por suas próprias expectativas.

Após o banho Franklin se seca e seca suas lágrimas. Ao descer, antes mesmo de se sentar, abraça seu pai e diz:

- "Me desculpe, a última coisa que quero é dar preocupação para vocês"

Franklin se senta, começa a jantar e conta aos seus pais seu envolvimento no baile. Aquela seria a única coisa que daria atenção nos próximos dias

Como se o dia não tivesse sido longo o suficiente Frank vê-se naquela situação com seu pai no meio da neve sem entender exatamente o que estava acontecendo.

"Frank, Frank, garoto! Deixe-me ver estas mãos! Já não lhe disse para tomar cuidado com estes produtos voláteis que usa? Resíduos podem ficar em suas mãos se não bem higienizadas. Não entendo não queimou-se. Está doendo? Venha entre e se for o caso iremos a um hospital."

"Rose, Rose, eu digo para este menino tomar cuidado com estas brincadeiras dele. Qualquer hora botará fogo nesta casa! Frank vá para o banho e venha comer. Se esta mão doer vamos ao hospital."

Franklin sabia que estava atrasado, mas também sabia que poderia ser bem pior, talvez ele conseguisse justificar seu atraso pela presença de Albert. Seus pais sabiam do problema e informar que ele apareceu para intimida-lo poderia ser um atenuante.

Ao entrar na casa seus pais estão sentados na mesa e a Senhora Knopfler estava ao fundo da cozinha arrumando um dos armários.

- "Boa noite pai, mãe. Desculpem o atraso, mas tive um problema."

- "O som da madeira queimando é tão agradável, a casa quente e agradável. Talvez toda essa sensação de acolhimento me ajude a explicar que o atraso foi aquém da minha autonomia"

- "Eu estava com a Janet e o Sebastian, e o Albert apareceu. Nada de mais aconteceu, mas foi uma situação complicada, ele estava bem nervoso por ter sido expulso da escola e queria tirar satisfação."

Apesar da sua explicação ser bastante crível, o olhar do seu pai era inesperado, assustado até. Sua mãe abre a boca em surpresa, havia um grito preso em sua garganta, ao fundo da cozinha Senhora Knopfler esta sentada no chão com as mãos cobrindo a boca. Mas Franklin não entende o motivo de tanta comoção somente por saberem que Albert o procurou.

- "Não aconteceu qualquer coisa, ele foi embora... "

Mas Franklin não consegue terminar a frase, seu pai se levanta e puxa a toalha da mesa, pratos e travessas caem ao chão e seu pai corre em sua direção, mas Franklin simplesmente não entendo o que esta ocorrendo.

Seu pai o envolve com a toalha da mesa, e como um jogador de futebol americano o empurra pela porta da cozinha até a parte externa da casa, caindo na neve com Franklin, suas mãos fortes joga neve e bate na toalha.

Franklin simplesmente não entende o que esta acontecendo,  ficando completamente atordoado.

A resposta do senhor Donatan havia alegrado Franklin, saber que uma atitude sua poderia dar um pouco mais de sentido a vida daquele homem era um prêmio para ele.

- "Minha atitude fez ele crer que pode ser útil. Eu sabia que poderia mudar a vida de alguém"

Franklin sorri e responde

- "Charles, se me permite chama-lo assim, tenho certeza que seus conhecimentos serão muito bem vindos, e irei me esforçar para questionar da melhor maneira possível"

Franklin desce do carro, cumprimenta o Senhor Donatan e o agradece, tanto pela carona quanto pelo diálogo

Esta volta para casa poderia ser uma boa oportunidade para Frank e Sr. Donatan conversarem um pouco e sendo assim Frank aceita a carona. O carro era simples e ao entrar Frank sente o cheiro impregnado do tabaco. Sr. Donatan entra, abre o porta-luvas e saca uma pequena garrafa de bebida e dá um gole. 

"Sr. Franklin este é o meu prêmio por mais um dia desta rotina cansativa."

Frank observa, fica constrangido, mas naquele momento aquela pessoa não era mais o Diretor escolar e sim uma pessoa como qualquer outra enfrentando seus monstros. Todos são humanos e cada um possui dentro de si inúmeras máscaras e camadas com toda a complexidade que a vida lhes apresenta. O gesto de Sr. Donatan o surpreende, mas era a atitude de alguém que já não importava-se com muitos protocolos. 

Dirige de forma cuidadosa durante o breve percurso até o abastado bairro da residência de Frank quando ao estacionar ouve suas palavras. Vira-se a ele ainda dentro do carro com um claro brilho no olhar, como se tivesse acordado de um torpor de vários longos anos.


"Com a permissão de dirigir-me a você desta forma, Frank...lhe digo. (Ele nunca o chamara assim tão informalmente...). Já tive este sangue jovem e curioso correndo em minhas veias e a vida encarregou-se de seca-lo. Crianças aprendem rapidamente porque são necessariamente curiosas e ao crescer e envelhecer temos a certeza que sabemos de tudo, ou quase tudo. E eis o ponto onde você morre. Manter a sede do conhecimento é o maior aprendizado que um ser humano pode obter. A sensação do não saber, por mais que estude, é o sinal do caminho correto. A grandiosidade disto tudo, do universo e suas possibilidades não dão chance para um sábio crer que de tudo entenda. A humildade gera conhecimento. O reconhecimento de sua pequenitude gera grandeza, me entende? Quanto mais entender que és um ignorante, mais sabedoria terá meu filho. 


Eu odeio escolas Frank. Odeio este sistema que poda e aleja a discussão e a produção de conhecimento. As escolas não deveriam ser feitas para passar informação apenas e sim para desafiá-las. Todo este material criado ainda é válido? Ninguém gostaria de duvidar deles? Eu aprecio duvidadores, questionadores...eis o criar do aprendizado em minha humilde opinião. Frank, uma vida não questionada não merece ser vivida.


E sim...teremos vários encontros. De alguma forma um garoto de 15 anos faz-me crer, ao menos por agora, que eu ainda possa ser útil. Vá. Descanse meu filho. Seus pais ficarão orgulhosos pelo seu dia. Viva esta glória. 


Apenas um segundo, pois esta porta só abre por fora, está quebrada."

Sr. Donatan sai do seu carro e dá a volta para que Frank consiga sair.

- "Aceitarei de bom grado a carona Senhor Donatan, estou um pouco atrasado e poupar estes minutos serão bons para não chatear meus pais"

Franklin entra no carro do Senhor Donatan, era um veiculo simples sem muita pompa, 



Franklin fica algum tempo em silêncio, então resolve começar a falar para não tornar a viagem tão estranha.

- "Sabe Senhor Donatan, estive pensando estes dias no que o senhor falou para mim" - Franklin sorri, mas não era exatamente alegria, era quase um sentimento de que poderia ser pior, mas não foi - "Afinal, esta semana tivemos vários motivos para conversar"

- "O Senhor havia comentado que por vezes se sente anestesiado, com o dia a dia, com a rotina,  com tudo. Eu não posso dizer que sei como é, mas posso imaginar, afinal sinto algo assim quando fico nas aulas" - Franklin se detêm por um instante e tenta se corrigir - "Nada contra os professores, mas a maneira como as coisas são ensinadas, eu já li ou estudei quase tudo, é como se eu estivesse ouvindo a mesma música pela décima vez."

- "Esta semana eu fui na biblioteca e estudei sobre fisiologia e anatomia, na verdade este não é um interesse meu pensando em carreira, mas fiquei curioso sobre o funcionamento de alguns músculos. Aprendi muita coisa, mas ainda tem coisas que não compreendo completamente, mesmo quando leio. Mas isso me deixa entusiasmado, pesquisar, ler, aprender.. " 

Franklin para por um breve instante, e se lembra das palavras de June em sua mente "ele tem pouco tempo"

- "Fico com o coração apertado em ver o Senhor Donatan desda maneira, ele sempre me apresenta pensamentos interessantes, pontos de vista que não havia pensado. Deixar ele ficar assim seria um desrespeito com ele, como disse meu pai, devo aprender a trabalhar em equipe e como disse o senhor Donatan, o conhecimento deve ser compartilhado."

Então uma decisão é tomada por Franklin, ele poderia dispender seu tempo com muitas coisas. Mas as vezes é melhor ser reconhecido por uma única pessoa que faz diferença do que por uma multidão de desconhecidos.

- "Senhor Donatan, o senhor tem bastante experiência em ensino. Tenho várias pesquisas que fiz, mas com algumas coisas que não consegui entender. Tenho certeza que com o conhecimento do senhor poderia aprender plenamente sobre diversos temas. Se não for um incomodo para o Senhor, gostaria levar estes pontos para debatermos. Talvez uma hora por dia, não mais que isso para não importuna-lo, mas tenho certeza que o senhor seria um ótimo tutor para me ajudar em meu desenvolvimento acadêmico."

A proposta de Franklin era genuína, era claro que ele poderia pedir isso para muitas pessoas. Mas trazer isso para o dia a dia do diretor poderia ser um sopro de alivio para a rotina que tinha.

O diretor ouve as palavras de Franklin um tanto incrédulo, enquanto estaciona o carro na frente da casa do jovem.

Franklin totalmente atento as suas tomadas de atitude nem preocupa-se com outra coisa qualquer. Aquele desejo esta em suas veias e planeja exatamente tudo com seu mais esmero talento. Sra. Grace até tenta, mas não consegue acompanhar o ritmo de Frank. Passado algum tempo, Oficial Parker chega à diretoria e segue para a sala do Diretor Donatan. Mas antes Frank faz um convite a ele...que brevemente responde. "Certamente estaremos lá meu jovem."

Após todos os planos serem praticamente concluídos, Frank sabe que deveria estar em casa. Não atrasaria tanto desta vez, talvez entre 15 e 20 minutos. Frank então segue ao portão da escola e o Sr. Steve Jackson aparentemente nada feliz com o atraso, mas estava alí a cumprir seu trabalho.

Frank não vê Sebastian e nem Janet...devem ter partido. 

Segue ao portão da escola da escola e um floco de neve cai na palma de suas mãos e ele o observa atentamente. Eram como impressões digitais, nunca haveria um idêntico ao outro. 

Franklin simplesmente não havia notado que o Oficial Parker havia entrado, ao ouvir as palavras levanta a cabeça para ver que disso e nota que se trata dele, o jovem abre um sorriso e diz:

- "Muito pelo contrário Oficial Parker, estou ajudando no baile em prol da biblioteca." - Franklin se vira na cadeira e completa - "Por sinal, eu acho que seria uma honra para nós termos um representante da força policial no evento, como convidado, afinal o senhor tem realizado um trabalho muito próximo a escola."

E é neste momento que percebe que o dia havia passado, tinha um pouco de fome e era hora de ir para casa. Franklin se levanta e começa a arrumar as coisas, organizar as pastas que tinha criado e anotar o ponto de cada negociação que estava em andamento, e só haviam mais dois dias.

Assim que Grace retorna da sala do Senhor Donatan ele diz:

- "Grace, muito obrigado pela companhia. Preciso ir para casa, mas amanhã cedo eu estarei de volta para podermos terminar todos os preparativos. Se der tudo certo, na sexta poderemos ir para o salão para ajudar na organização."

Franklin junta suas coisas e vai em direção a sala de aula pegar suas coisas, que havia deixado lá pela manhã. Ao entrar na sala nota que as aulas haviam acabado, alguns alunos ainda arrumavam suas coisas. Mas a mesa de Janet estava vazia.

- "Pelo visto Janet já deve ter ido embora, vou seguir para casa."

Franklin reúne todos seus pertences e caminha altivamente pela escola, ele estava feliz, genuinamente feliz. Incrivelmente tudo estava dando certo, e mais do que ter a visibilidade que tanto queria, poderia ajudar a biblioteca e ..... Charles. Neste momento Franklin fica sério.

- "O Diretor tem algo, não sei como nem por que, mas senti que ele tem algo, como se ao cumprimenta-lo eu sentisse uma vertigem."

Franklin sai pela porta da escola e fica parado por alguns instantes, vendo os flocos de neve caírem. Um deles cai na palma de sua mão e simplesmente desaparece

- "Algumas coisas são efêmeras, devemos aproveitar todos os momentos."

Frank conversa seriamente com Diretor Donatan e dirige-se a sala de Sra. Grace. Ela olha para tudo aquilo e fica fascinada com a criatividade e eficácia do rapaz. Ela olha meio sem jeito para ele e diz: "Sr. Franklin se fosse mais velho lhe convidaria para uma dança neste baile!". Ele apenas ouve, mas suas atenções estavam todas voltadas ao projeto do evento.

Enquanto conversa com Grace, após a confirmação do local do baile, do buffet, enfeites, ele percebe que mesmo tentando prestar atenção no gerenciamento do seu tempo ele está ligeiramente atrasado e só percebe isto quando Oficial Parker entra na sala.

"Sra. Grace, Diretor Donatan está a me esperar. Poderia adentrar sua sala?"

Grace sai de sua mesa e entra na sala de Diretor Donatan.

Frank preso em seus planos apenas ouve: "Tudo bem garoto? Não o avistei na sala de aula hoje. Espero que não tenha tido problemas."

Franklin segura a mão de Charles Donatan por alguns instantes a mais que o aperto de mão pedia pela regra social, ele sente algo. Era como um nó no estomago, aquela sensação que se sente antes de uma montanha russa descer sua maior ladeira. 

Então ele ouve a voz de June, novamente intervindo em sua vida. Ele sabia que precisaria da ajuda de alguem para controlar o dom que tinha recebido, tinha visto que o amuleto o havia ajudado a instantes atrás, quando poderia ter causado um acidente e isso só reforça que talvez a pessoa que iria lhe ajudar seria June, mas estas intervenções, isso o incomodava.

- "Então este baile será um legado dele, nossos nomes serão lembrados. O Mestre e o pupilo."

Franklin coloca sua mão esquerda sobre a mão de Charles, fechando aquela grande mão entre as suas e diz

- "Este baile será lembrando por décadas Senhor Donatam, lembrarão de como este foi o melhor baile que esta cidade já viu."

Franklin sai da sala de Charles e se senta ao lado de Grace e diz:

- "Grace, o senhor Danatan me disse para ajuda-la na organização do grande baile." - Franklin coloca todo o material de planejamento sobre a mesa de Grace e começa a lhe explicar - "Veja,  vamos alugar o salão da Câmara de Comércio, as mesas serão dispostas da seguinte maneira e teremos um palco aqui, eu sei que é pouco usual mas é a melhor localização, dado que a pista de dança será aberta aqui. Depois teremos a cozinha, a distribuição dos garçons e mesas de petiscos."

Grace arregala os olhos com todo aquele material e com o direcionamento de Franklin começa a ligar para os lugares e pedir as reservas, enquanto que o jovem faz o levantamento das quantidades de pessoas e as necessidades de infra estrutura, como mesas, pratos, copos e afins.

Em determinado momento o inspetor Steve Jackson entra e olha com curiosidade para Franklin

- "Jovenzinho, creio que deveria estar em sala de aula."

Mas antes mesmo de Franklin poder lhe explicar, Grace intervem e diz "Ele foi liberado pelo Senhor Donatan, de hoje até o dia do baile Franklin esta cuidando da organização do evento conosco."

Steve dá de ombros e bebe um pouco de café, e Franklin aproveita para lhe fazer um pedido.

- "Senhor Jackson, o senhor poderia me fazer um favor? Caso encontra com a Janet Wislow, poderia avisa-la que estou aqui? Eu estava na sala com ela e não consegui avisar que não voltaria e agora estou ajudando a Grace com toda a organização." - Franklin abre um sorriso de agradecimento prévio

Steve olha para ele e sabe bem quem é Janet. Ele só responde com um "Claro, claro. Assim ela não fica preocupada com seu sumiço" e sorri com a experiência de um homem que já impressionou muitas mulheres e entende o pedido de Franklin.

O planejamento de todo o evento estava sendo incrível, naquela mesma tarde conseguiram fechar o salão da Câmara de Comercio, em parte, boa parte, graças a intervenção de Rose, a mãe de Franklin. A banda estava praticamente fechada, não era algo tão formal nem muito arrojado, deveria atender a praticamente todos os gostos. Grace havia indicado o buffet da senhora Summers e Franklin havia achado a ideia ótima, teriam uma ótima comida e sem ser rebuscada, mas pratos menores de clássicos da cozinha regional.

Apesar de todas as atividades, Franklin se mantinha atendo ao horário, queria sair no horário regular da escola, quem sabe acompanhar Janet e contar as novidades para ela, chegar em casa e contar aos seus pais. Era um grande mérito que tinha conseguido.

"Meu nobre Franklin, sim, certamente toda sua família estará nesta belíssima placa que ficará na biblioteca e será parte dela até o dia que cada tijolo dela cair. Não há palavras para expressarmos nossa gratidão para com a atitude de seus pais e quanto isto será importante para a comunidade de nosso município e aqueles que nos circundam." diz Srta. Palmer ao lado de Mackinley. 

Frank sai mais que rapidamente e começa a pensar em seu discurso. De forma ávida começa a escrever tendo como premissa o compartilhar do conhecimento, afinal de contas era justamente este o tema. Uma biblioteca por menor que fosse possui esta função. Dar a todos o direito ao conhecimento.

Sua mente voa ao longe, sua inspiração seria impossível de ser parada. - Isto é o que eu chamo de conhecimento e não aquelas aulas inócuas. 

Ao término de seu manuscrito ele lê e relê e não acredita no que vê. Algo digno de Martin Luther King Jr. Se ele possuia um sonho eis o início dele. Ainda não contente pensa em toda a logística, local, organização e todos os ítens envolvidos para a realização do evento e sai correndo para a sala do Sr. Donatan. Rapidamente fala com Grace e adentra-se a sala da diretoria com toda a propriedade de quem era um dos membros ativos da escola.

O membro 'Guzzon' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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#1 'Dados' : 1, 2, 2

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#2 'Dados' : 4, 2, 5

Ao saber do valor até mesmo Franklin se espanta, seu pai havia entendido seu amor por aquela biblioteca. Não que o dinheiro pudesse pagar por isso, mas podia garantir a continuidade daquele lugar e a dignidade do trabalho do Sr. Mackinley e Srta. Palmer.



Ele sabia que aquele valor seria mais que o suficiente para o projeto de expansão da biblioteca e ter uma ala com seu nome seria incrível. Mas aquele mérito não era unicamente dele, toda sua família era responsável.

 - "Senhor Macklinley, eu ficaria honrado em ter uma ala com o nome de minha família na biblioteca. Apesar de ser um entusiasta e apreciar todos os instantes que passei com vocês lá, devo agradecer aos meus pais por ter condição de retribuir a vocês a atenção e dedicação que exercem em suas atividades."

- "A Ala Worthinson, com a foto dos meus pais e eu. Isso será lembrado por gerações. E após meu discurso, todos irão lembrar por gerações dessa ação tão generosa"

Franklin esta efusivo e muito feliz que seu plano tenha se concretizado, a presença do Oficial Parker era só uma lembrança sem importância naquele momento.
Ele sabia que agora era a hora de começar a atuar no planejamento do evento. Ele precisaria de tempo e concentração para isso.

- "Senhores, Senhorita, se me permitem. Irei me ausentar para pensar a respeito de minhas responsabilidades a respeito do evento, faço questão de dar o meu melhor para minimamente representar o trabalho que o Senhor Macklinley e a Senhorita Palmer realizam diariamente."

Franklin sai da sala do Sr. Donatan com um sorriso estampado no rosto, ele não pensa em retornar para sala. Ele pensava somente em como conseguiria realizar o melhor trabalho possível para ajudar no evento, o melhor discurso que aquela escola já viu.



Ele caminha diretamente para a biblioteca da escola, pega diversas folhas de papel e um lápis e começa pensar em como poderia fazer o discurso

- "Eu devo ser impessoal. O reconhecimento deverá vir pela qualidade das minhas palavras, pela emoção e sentimento que irei colocar nestas palavras, terei que passar para o papel para aprovação do diretor, mas será somente comigo falando que o texto terá o seu impacto. Devo pensar na história da biblioteca, na história de seus trabalhadores e na importância em compartilhar o conhecimento."

{ Oratória NH 16 vs 5 : FULMINANTE!!!! }


Depois dista Franklin começa a pensar na festa em sí, a abertura, o discurso, o tempo de duração. A disposição de mesas e espaços abertos, local da banda e pista de dança, quais opções de comidas e bebidas, tudo passava pela sua cabeça, ele risca e anota coisas nas folhas, não gosta, amassa e faz novas anotações.

 - "Devo pensar na disposição das mesas e na circulação dos garçons. Espaço para banda e um palco que seja visivel para todos no salão. O ginásio seria a escolha mais esperada, mas devemos surpreender este ano, vou sugerir o salão da Câmara de Comércio, ele é maior e atenderá as nossas necessidades."




Até que finalmente ele se dá por satisfeito, o desenho do salão com a disposição das mesas e mais três folhas com o detalhamento minucioso da festa estavam prontos.

{ Trato Social NH 17 vs 11 : Sucesso por 6 }

Franklin revisa novamente o discurso e se espanta com as palavras, ele parecia estar em transe quando escreveu, havia emoção ali, não havia dúvida.

Quando sai da biblioteca da escola se dá conta de seu estomago roncando, já era três da tarde. Ele havia se esquecido de tudo novamente, se perdido em pensamentos.

Ele passa na cantina da escola, pega um lanche e come no caminho da sala de Diretor Donatan, entre e sorri para Grace

- "Tudo pronto Grace! Tudo pronto! Teremos o melhor baile da história!"

Franklin simplesmente não pede para ser anunciado, apenas avança pelo hall, bate duas vezes na porta e adentra a sala do Diretor, que o olha incrédulo.

- "Mas o que... "

Mas o entusiasmo de Franklin simplesmente não nota a expressão de surpresa do diretor

- "Tudo pronto Senhor Donatan! Aqui esta o croqui do salão de festas e nestas folhas o detalhamento de todos os afazeres. Obviamente faço questão de participar de tudo e ajudar em tudo que eu puder"

Então Franklin pega as folhas com seu discurso, três folhas totalmente preenchidas, e mesmo assim ele sabia exatamente cada uma das palavras.

- "E aqui o discurso, fiz o melhor que pude para expressar o meu amor pela biblioteca e por todos que lá trabalham, e me inspirei em sua frase. Em compartilhar o conhecimento para usar como o tema do discurso. O senhor estava correto, nada mais correto do que falar sobre a paixão em compartilhar o conhecimento quando tratamos de nossa biblioteca"

Franklin estava ofegante e seu coração estava acelerado era uma realização para ele estar ali, tratando de um evento de grande com o diretor Donatan e tendo a chance de ser o orador oficial do evento.

Grace autoriza a entrada de Frank na sala do Diretor Donatan e após seu consentimento senta-se. Após uma breve conversa o Diretor que sempre pareça cansado - não do trabalho - mas da vida direge-se a ele com um olhar gentil. Parecia precisar conversar.

"Caro Frank. Não deveria estar aqui e você sabe disto. Há aulas para serem cumpridas, conteúdos a serem absorvidos, horários a serem seguidos. Mas vejo em seus olhos que isto é tão desinteressante para você quanto para mim. Jogar pérolas aos porcos é um tormento não meu filho? Sabe porque nunca informei seus pais sobre suas saídas e total falta de participação nas aulas? Porque lhe entendo e vejo em você minha juventude, e infelizmente eu deixei que a rotina e falta de amparo me deixassem virar esta pessoa que hoje tornei-me e a perguntar fico o tempo todo: "E se...?" Não permita isto em sua vida Frank. Lute por você, pelo seu conhecimento a cada segundo e distribua isto como todo sábio deveria fazer. Como disse Charles Darwin..."Feliz daquele que adquire a sabedoria e compartilha o conhecimento."

"Vamos por partes meu filho."

Diretor Donatan abre o envelope e encontra um cheque dentro dele. Arregala os olhos, tira seus óculos, coloca-os novamente. Sua mão sobre sua face não acredita no que vê.

"Isto é real Frank? Seus pais enviaram isto?"

Após a afirmativa de Frank, alguém bate na porta. Era Grace.

"Perdão Diretor Donatan, mas Sr. Mackinley e Srta. Palmer encontram-se aqui e esperam pelo seu atendimento."

Sr. Donatam sem hesitar diz: "Diga a eles para entrarem, por gentileza."



Os dois simpáticos cuidadores da Biblioteca Municipal de Yorktown sentam-se. "Frank, você por aqui meu filho, não deveria estar estudando?" - Diz Srta. Palmer.

Diretor Donatan levanta-se e com um sorriso não visto há anos dirige a palavra..

"Roger, Alice tenho uma notícia maravilhosa. Acabamos de receber uma doação mais que generosa da família de Sr. Franklin. Vejam." Diretor Donatan passa o cheque para eles o qual estava nominalmente endereçado a Biblioteca. Um valor de 10 mil dólares.

Sr. Macklinley e Srta. Palmer levantam-se e abraçam-se. A comoção era explícita! Isto era muito mais que o esperado e Frank sente o orgulho por ter pais como os dele. Esquece até mesmo a presença do Oficial Parker na escola de tanta excitação. 

"Frank, quer participar da organização? Então prepare seu discurso! Quero vê-lo o quanto antes. Com toda esta quantia a magnitude de nosso evento precisará de mais requinte e atenção, tenha certeza que farei isto!" - Diz Diretor Donatan.

"Sr. Franklin, está preparado para ter uma ala da Biblioteca Municipal de Yorktown com uma placa com seu nome escrito nela?" - Diz Sr. Macklinley.

Franklin abre um sorriso para Grace, ela sempre fora educada com ele, na verdade com todos, mesmo com as piadinhas sobre seu jeito, todos gostavam dela.

 - "Gostaria de falar com o Diretor Donatan a respeito do baile de sábado" - e aproveitando que não haviam outras pessoas ali completa - "Grace, por acaso você sabe o motivo do oficial Parker estar aqui na escola?"



Grace olha para Franklin coçando sua cabeça e responde

- "Não sei Franklin, mas talvez o Diretor saiba. Pode entrar na sala dele, ele não esta ocupado no momento."

Franklin agradece, bate duas vezes na porta do diretor e então adentra a sua sala.



O Diretor Donatan estava atrás de sua mesa, com pilhas de papel sobre ela. Ele tinha aquele olhar cansado, mas se esforça em sorrir para Franklin, muito mais por educação do que por qualquer outro motivo.

- "Pois não Franklin. Imagino que seja algo urgente dado que esta em período de aula"

- "Sim diretor. Eu preciso falar com o senhor sobre o baile de sábado, o baile para ajudar a biblioteca." - Franklin retira o envelope lacrado de seu bolso interno e entrega para o Senhor Donatan - "Meu pai pediu para lhe entregar isto, é uma doação da Transportadora Worthinson, em prol da biblioteca"

- "E independentemente disto, gostaria de auxiliar no evento. Tenho uma ligação muito forte com a biblioteca e com todos que trabalham lá, seria uma forme de agradece-los por todo o empenho."

Apesar de não ser um tema relacionado, Franklin simplesmente não consegue evitar a fala

- "E me desculpe a curiosidade, mas notei o Oficial Parker na sala 7 enquanto vinha para cá. Está tudo bem?"

Franklin precisava que o Senhor Donatan aceitasse sua proposta de ajudar no baile, o segundo passo seria apresentar a ele um discurso de abertura que fosse irrecusável e com isso ganhar o espaço de orador.

Ao ouvir aqui uma frase em específico marca o jovem Franklin

 - "... A melhor forma de ser agradecido por algo que recebe é dividí-lo com os quais precisam ..."

Seu pai já fora um motorista, mas foram justamente estas experiências que o tornaram o homem que é hoje

Sorrindo em retorno, Franklin responde:

- "Claro pai, vou entrega-lo diretamente ao Diretor Donatan."

Desabotoando seu casaco e levantando seu pullover, Franklin coloca o envelope em sua camisa e volta cobri-lo com todos seus agasalhos. Aquele era um assunto sério e não queria chamar a atenção, pelo menos, não da maneira errada.

- "Papai esta correto, devo dividir tudo que aprendi ontem. Ir falar com a Janet é praticamente uma obrigação, o correto a ser feito"

Em parte Franklin realmente estava preocupado com Janet e queria tentar lhe acalmar com as informações que tinha, por outro lado, ele tinha vontade de reencontra-la, simples assim.

Franklin caminha até a casa de Janet e ao chegar arruma seus cabelos, tira a neve dos ombros e bate na porta. Mesmo sendo cedo ele sabia que no dia anterior o Senhor Helmer já estava acordado.