Prólogo Khivodak

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O guerreiro aceita de bom grado o vinho e toma um longo gole e então diz
 
- “Meu nome é Finder Wyvernspur, ao seu dispor” – após um pequeno gesto de reverencia e prossegue – “A caravana teve sorte em ter bons homens aqui. Vi o furor da batalha inflamar em você como vi em poucos, mas noto que tens pouco treino”
 
O homem toma mais um longo gole no vinho e continua
 
- “Muitos acham que os guerreiros são somente músculos, mas a trilha do guerreiro vem do treino, estudo e superação. Você tem força e determinação, isso ficou claro. Mas notei que possuis sagacidade e intelecto, poucos tem a frieza de olhar o combate como se não estivesse em seu meio”


 
O guerreiro a frente de Khivodak o observa por alguns instantes, o avaliando e então diz:
 
- “Você diz que este combate lhe trouxe de volta, mas uma espada sem uso perde o fio assim como um alaúde sem uso desafina. Se queres agarrar este sentimento, esta adrenalina que corre nas veias dos homens de arma só existe um caminho meu amigo. O treino e o estudo. ”
 
- “Se desejares posso lhe ajudar a achar teu caminho nesta proficiência”

Khivodak senta-se e sente seu corpo e sua mente em êxtase, sentimento este que há muito não sentia. Agradece sua jarra de vinho e o primeiro gole sente uma certa acidez - talvez um vinho vindo do sul do continente - respira profundamente e sente-se dono de si por um breve momento. Como o suco extraído da uva para a produção daquela bebida, Khivodak sente que sua alma finalmente havia aflorado das entranhas de seu corpo e timidamente sorri enquanto seus punhos cerram.

A voz de Lauroc ainda reverbera em seus ouvidos e cada palavra de sua canção faz sentido ao guerreiro, mas uma delas o faz desejar seu reencontro consigo mesmo: "pois a justiça é nosso aliada".


O que então é a justiça? A conformidade com o que está direito...o reconhecimento pelo mérito? A justiça é ditada ou seria uma regra natural do bom senso?  Não posso deixar de segui-la mas devo entender a fundo o que de fato ela é. 


Em meio as suas divagações, Khivodak percebe a aproximação daquele humano que o ajudara e o questionara em meio à batalha. Uma figura sem dúvida imponente e suas cicatrizes claramente provavam que não fora apenas uma ou duas lutas que enfrentara em sua história. 


Com todo respeito Khivodak levanta-se, repousa seu copo de vinho ao chão e com uma postura de respeito e seriedade, encurva seu corpo em forma de cumprimento.


"Meu nome é Khivodak, se permitir saber seu nome lhe agradeço. Agradeço não apenas por isso mas por trazer o nome de Meu Deus com tamanho respeito e honra. E sim, foi uma boa vitória...mas o que esta batalha trouxe para mim hoje foi uma vitória ainda maior. Ela trouxe-me de volta. Sente-se e sirva-se deste vinho e poderemos conversar, caso assim o deseje nobre guerreiro."

Aquela peleja havia inflamado a alma de Khivodak, ele consegue se lembrar de muito do que leu a respeito de combate, mesmo tendo participado de poucos deles.
Ela avança em direção ao arqueiro e se posiciona equidistante do arqueiro e do bandido que estava próximo a ele e seu hálito ganha calor, um sabor ácido e um aroma de amêndoas e uma nuvem de vapor verde toma conta do campo de batalha, envolvendo os dois atacantes



{ Salvamente DC 13 : 1D20+1 : 11 Falha }
{ Dano 2D6 : 8 }

O bandido a sua frente já ferido simplesmente se engasga tossindo e se contorcendo cai ao chão, o arqueiro tenta cobrir a boca com a mão mas algo como um refluxo o faz se contorcer e quase se afogar entre suas tosses.

Vendo que o combate apresentava uma reviravolta completamente inesperada, ouve-se a voz a Lauroc se elevando acima das demais:

"As hordas caminham pela escuridão
rondando em busca de ouro
hoje conhecemos este vilão
Ah, que mal agouro


Mas lutamos de cabeça erguida
pois a justiça é nosso aliada
nós curaremos as feridas
e vocês tombam pela nossa lamina afiada"

A voz bardo inspira os seguranças da caravana que fazem uma última investida contra os assaltantes, que cientes que eminente derrota correm pela mata.

Vitória, aquilo havia sido uma vitória. E logo depois, com os animos mais calmos, todos começam a ajudar os feridos. 

Felizmente não haviam baixas, dois seguranças ficariam acamados por alguns dias, mas em breve estaria bons. Khivodak no entanto, mesmo com o ferimento da perna, se sentia bem. Na verdade, ele não se lembrava de ter se sentido assim antes, talvez fosse a emoção do combate ou algo assim.

O acampamento é feito e logo começam a preparar o jantar. Sismarim se aproxima se Khivodak que se encontra sentado um tronco próximo a fogueira e lhe entrega um jarro de vinho.

- "Toma grandão, você merece. Já viajei com você tantas vezes que nem me lembro, mas esta é a primeira que eu o vejo agir assim, você tem uma parcela importante nesta vitória. Beba e comemore"

Ela esboça a reação de sentar ao lado de Khivodak mas alguém a chama, ela suspira e caminha para atender um dos jovens carregadores que haviam se atrapalhado

Neste momento, o mesmo homem que falou com ele em meio a batalha se aproxima e neste momento Khivodak consegue prestar mais atenção nele. Talvez ele tivesse mais de um metro e oitenta, cabelos e barba branca, uma constituição atlética e seu olho esquerdo era completamente cinza com três pequenas cicatrizes de cima para baixo.



 Ele se senta ao lado de Khivodak e diz:

- "Foi uma boa luta, toda luta vitoriosa é uma boa luta, toda luta que não perdemos alguém é uma boa luta." - ele ri sozinho - "Você combateu bem, demonstrou bravura meu caro."

O membro 'Xarles' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'Dado D20' : 11

Khivodak sente seu corpo a borbulhar e um enorme sentimento de calor o aflige como há anos não presenciava. Sua alma desperta, seus olhos crescem e o som proferido das profundezas de seu âmago são jorradas com uma força única, a força de toda a dor, a força de todo desejo, a força de seu ser que despertara de de um longo e dolorido sono. 

Este momento o faz lembrar-se de quem ele realmente é, e ele gosta disso. Depois de anos transformando a si próprio em um coadjuvante da vida, sente em suas veias o poder da vida renascer e sem qualquer sinal de dúvidas colocará em prática a justiça pela qual sempre honrou. 



Khivodak reencontra-se, seus olhos atingem um tom avermelhado assustador e percebe que muitos dos intrusos desaparecem correndo de medo e aquilo de certa forma o agrada. Estranhamente o agrada. Era o momento de corrigir o que estava errado.

Antes que o astuto arqueiro possa proferir seu ataque, Khivodak simplesmente abre sua boca enquanto segura sua fiel arma e dispara imediatamente sua fúria e sede de defesa contra o infortunado. Olha aos lados e assegura-se que seus companheiros estão devidamente posicionados e seguros e protege-se para desvencilhar seus ataques para aqueles que insistiram em permanecer no local.

Aquelas palavras que havia ouvido atingem Khivodak em seu âmago e sua resposta é tão intensa quanto a pergunta que lhe haviam feito.

A cada palavra dita, Khivodak sentia o ácido dentro de si fervilhar, como a anos, talvez décadas não sentia. Qual foi a última vez que usou sua baforada draconica? Sua memória lhe trai e ele não se lembra, simplesmente não se lembra de quando usou o dom que o aproxima dos grandes dragões pela última vez.

Normalmente um pensamento deste o puxaria para o conformismo, mas não naquele momento, era impossível para ele se conformar com isso enquanto proferia sua temência a Bahamut. Então a lembrança de palavras que ouviu a muito tempo surgem em sua mente "A justiça e o bem acima de tudo", o primeiro dogma de Bahamut.

Khivodak se levanta e olha o combate a sua frente com outros olhos, como se uma fina névoa houvesse sido soprada para longe de seus olhos. Não era um luta pela sua sobrevivência, ou para proteger a caravana, mas era o justo e o correto a se fazer. Sua mão agarra o cabo de seu porrete com força, seus dentes são expostos e seu coração bate acelerado como a muito não batia.

Então o homem consegue chegar ao lado de Khivodak, coloca a mão em seu ombro e diz com um sorriso no rosto:

- "Se és um servo de Bahamut, mostre a estes madriões o quão errados estão em atacar-te"

Khivodak estava quase sendo tomado por um frenesi ao ouvir as palavras do humano e enche os pulmões, pronto para lançar sua baforada draconica sobre seus inimigos. Mas naquele momento catártico, onde parecia que se libertava de décadas em torpor, Khivodak emite um urro bestial onde toda a fúria adormecida a tanto tempo era colocada para fora.



O som é ouvidos por todos e por um breve instante toda a batalha é interrompida, parecia que a própria floresta havia se silenciado. Então alguns dos ladrões começam a recuar visivelmente assustados, armas podem ser ouvidas caindo ao chão e pés apressados correm pela floresta. 

Aquela sensação era revigorante, e um sorriso involuntário e ameaçador surge no rosto de Khivodak. Os poucos ladrões que ainda restavam agora eram minoria e sua estratégia havia sido desmontada, estavam espalhados e aturdidos.

{ Resistência contra medo CD 13 : 50% de sucesso }
{ Cura 1D10+3 = 4+3=7}

{off} Dos bandidos próximos a Khivodak restou somente um. Dois a esquerda e mais dois arqueiros no limite da mata. Um dos arqueiros esta a um movimento de Khivodak { /off}

Apesar do golpe sofrido havia clareza no pensamento de Khivodak, onde os números não favoreciam a inteligência e a organização se faziam necessários.

Ele mantem seu porrete alto e a guarda ativa, mas observa todo o campo de batalha avaliando a movimentação e posicionamento dos bandidos

{ Investigação : Sucesso }

Apesar de aparentemente eles serem desorganizados, havia uma lógica adquirida pela prática e pela perda. Os besteiros estavam posicionados no limite da mata e ainda na escuridão, enquanto que os homens de armas avançavam em direção aos carroções, em sua maioria pelos flancos e assim obrigando os defensores a se reunirem em um centro e se tornarem alvos mais fáceis para os besteiros.



Ao ter essa noção Khivodak percebe que deveria quebrar o cerco que eles tentavam formar. Ele grita a plenos pulmões para que os Lauroc e os guardas o seguissem para o flanco esquerdo e que Sismarim e Barbalva concentrassem seus disparos para a mata, dando um pinheiro como referência. Isso devia dar tempo e alguma vantagem para eles.

As instruções de Khivodak parecem ter sido bem sucedidas, dois gritos são ouvidos vindos da mata quando as flechas de Sismarim e Barbalva voam em direção a escuridão. Enquanto recuam em sua direção Lauroc atinge o joelho de um dos bandidos com sua rapieira colocando-o fora de combate, em compensação Digger, um dos seguranças da carroça, recebe uma pancada na cabeça e cai desacordado.

O bandido que já havia atingido Khivodak uma vez ergue sua espada para um segundo golpe, mas é atingindo nas costelas por um machado de arremesso e grita de dor. Ao se virar para ver quem havia intercedido em sua defesa nota um humano se aproximando, quase com a sua altura. Ele olha para Khivodak e diz com uma voz clara e grave



- "Acreditas em Bahamut?"

{off} Bahamut é uma divindade draconiana bondosa, o patrono dos dragões e draconatos. É a divindade na qual Khivodak coloca suas orações, quando precisa fazer alguma {/off}

O membro 'Xarles' realizou a seguinte ação: Lançar dados

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'Dado D20' : 14

Khivodak aproveita-se do momento de dispersão dos inimigos e sacrifica um ataque por uma forma de organizar seu grupo, haja vista que estavam em menor número e talvez neste momento a inteligência e astúcia superasse a força. Olha para os lados e com gestos manuais indica ao seu grupo localizações que pudessem favorecer tanto a defesa quanto o ataque.


{INVESTIGAÇÃO - D20 / 14 + 4 = 18}


Apesar de em número maior a estratégia de seus agressores era claramente fraca e despreparada e Khivodak prepara-se neste momento para a defesa para que enfim pudesse inferir um ataque muito mais potente e eficiente.

Quando se dá conta que estavam sendo atacados, Khivodak se aproveita da falta de habilidade de seu agressor para empurra-lo com um jogo de corpo e logo depois desfere um poderoso golpe na lateral do rosto dele.
 
O bandoleiro não tem tempo de reagir, ou mesmo entender o que havia acontecido, o impacto é tamanho que seu corpo gira em seu próprio eixo e ele cai desacordado no chão.
 
Ao mesmo tempo o outro bandido arregala os olhos ao ver seu aliado havia caído com um único golpe e ele grita
 
"O Ramela caiu! O Ramela caiu! Alguém me ajuda com o grandão aqui!"
 
Ele avança, com uma postura mais relutante do que antes e estoca a coxa de Khivodak com sua espada, que sente o metal perfurar suas escamas e o calor do sangue começar a escorrer pela sua perna
 
{ Ataque vs AC 12 : 1D20+3 = 16+3 = 19 Sucesso}
{ Dano 1D6+1 : 4+1 = 5 }
 
Ao longe ouve outras vozes respondendo ao pedido de ajuda feita pelo bandido
 
"Ali! Ali! Aquele ali!!"
 
E duas flechas cravam na lateral a carroça, logo atrás de Khivodak. Seus olhos correm pela batalha e nota que algumas poucas pessoas ali eram de fato capazes em combate. Lauroc usava sua rapieira para duelar com dois dos bandidos quase que ao mesmo tempo e Sismarim já em cima de um dos vagões faz o possível para abate-los com suas flechas. Os guardas usam suas espadas e porretes, mas a desvantagem numérica seria um problema para eles.

As palavras lidas por Khivodak lhe trazem um sentimento inesperado, mas logo é interrompido pela surpresa da parada do carroção. Posiciona-se e procura adentro da floresta o que poderia estar acontecendo quando é surpreso por um desastroso ataque. Sem pestanejar Khivodak em um encontrão com o assaltante desfere com seu cotovelo na altura de seu baixo abdômen um golpe na tentativa de deixá-lo sem ar. 

{ATAQUE 1 - ENCONTRÃO - D20 / 2}
{ATAQUE 2 - PORRETE NO ROSTO - D20 / 17}

O carroção no qual Khivodak se encontra praticamente para, ficando em uma velocidade que qualquer um conseguiria acompanhar em passos lentos, o livro que estava lendo estava aberto na página escolhida no chão a sua frente
 

 
“Dentre as espécies encontradas nos mares gelados próximos a Espinha do Mundo, existe o Lagarto de Niffelm. Em sua maturidade aqueles que se mantem dentro da água perdem suas patas e passam a ser levados pela maré e consumir somente aquilo que se encontra em seu caminho, já aqueles que lutam contra as ondas e a correnteza que conseguem alcançar as praias, ganham asas e passam a ocupar os picos nevados de Aurilsbarg até Hundelstone”.
 
Haveria muito a se pensar a respeito daquelas palavras, mas não naquele momento. Khivodak pega seu porrete e imagina quando optou por andar com algo tão simples, e não se lembra.
 
Atento aos sons nota as vozes confusas, questionamentos e então tudo se silencia, o silencia que precede a explosão. Ele desce do carroção e nota várias pessoas próximas, dentro da área iluminada, olhando para a floresta. Mas seus olhos draconicos se adaptam a escuridão e ele nota aquilo que poucos poderiam ver, vultos correndo por entre as árvores.
 

 
E então tudo ocorre com se Khivodak olhasse por um vidro embaçado. O silvo agudo do ar sendo cortado por flechas. Três flechas cravam na lateral da carroça, uma quarta flecha crava no braço de um dos jovens carregadores que cai no chão gritando de dor e uma quinta atingi a coxa de Barimul, um dos guardas da caravana. Ele pragueja mas continua de pé.

 
Homens saem da floresta em direção as carroças, usando armaduras surradas e espadas tortas, olhos vermelhos e injetados, eles correm e gritam.
 

 
Dois deles se correm em direção a Khivodak e um deles chega perto o suficiente para ataca-lo

 
{ Ataque 1D20 +3 vs AC 12 : 1+3 = 4 : Falha Critica }
{ Carta Critica 38 : O alvo pode realizar um encontrão como ação livre contra o atacante }
 
Mas sua movimentação é débil e sua espada passa longe de Khivodak, batendo na lateral da carroça e o impacto inesperado faz o agressor perder o equilíbrio e ficar com a guarda completamente exposta.
 
O outro ladrão se encontra alguns poucos metros e tudo indica que irá continuar avançando.

Mais uma taverna, mais uma noite com um sono a ser cumprido e o prazer que antes sentira definitivamente se afastara dele. O cheiro do café da manhã não era mais o mesmo...era como se o consumisse para terminá-lo e sentir que cumprira com seus cuidados pessoais. Ao levantar-se olha-se no espelho...

Mais um dia nasce e Khivodak se levanta no quarto comunitário, tosses e pigarros já tomavam conta do local. Ele se levanta pega suas coisas e caminha pelo corredor da taverna. Já no salão toma seu desjejum, uma grande caneca de vinho adoçado com mel, com uma fatia de pão preto e claramente não havia sido feito naquele dia.
 

 
Ele sai da taverna sem falar com qualquer um e olha novamente para Waterdeep, a cidade dos esplendores. Sempre viva e movimentada, o sol mal havia surgido e as ruas já estavam repletas de pessoas andando de um lado para outro e de todos os tipos, humanos, elfos e anões, alguns gnomos e halflings. Pelo menos naquela cidade eram poucos os olhares em sua direção, a diversidade era enorme e um draconato passava quase em branco naquele cenário.
 
Com um caminhar lento e com os olhos atentos ao seu redor Khivodak para em uma pequena banca, olha os livros a venda e pega dois deles. “A história dos Lords de Waterdeep de 1385 a 1485” e “Fauna da Espinha do Mundo”, a ficção pouco interessa para Khivodak, mas história e qualquer outro conhecimento real lhe eram muito apreciados e caravanas eram muito propícias para exercitar sua leitura, ele já havia perdido a conta de quantos livros já havia lido na mais de uma década que acompanhava caravanas.
 
Por vezes se questionava, por que após tantos anos naquela rotina, quando que ele poderia aplicar aquilo que gostava de aprender, quando que de fato um conhecimento mudaria sua vida. Aquele marasmo e mesmice parecia acorrenta-lo, mas lhe faltava algo para mudar aquilo e ele caminha novamente para o pátio de caravanas.
 

 
Após tanto tempo realizando a mesma função, todas as caravanas conheciam Khivodak e assim que ele chega já reconhece a maioria dos rostos ali. Ultgart o vermelho, Sismarim  e Jargale Orelha Larga estavam lá pedindo por trabalhadores, gritando e indicando onde deveriam ir, em sua maioria novatos buscando aventuras. Observando a tábua de rotas percebe que Sismarim esta indo para Icewind Dale, uma viagem longa, mas que pode valer a pena.
 
Khivodak passa pela gnoma caravaneira e faz um aceno, indicando que vai com ela.
 
- “Bem vindo Khivodak! Partimos ainda hoje! Pode ajudar os carregadores, já sabe bem o que fazer”
 
Ao chegar no local nota os novatos sofrendo para carregar e cuidar dos animais, mas ele faz tudo com naturalidade e antes do final do dia já estava tudo pronto. Os novatos agradecem timidamente e todos se arrumam no vagão de funcionários. Pouco tempo depois se sente um solavanco e a viagem começa.
 

 
Os dias se passam e Kivodak pouco nota de diferença entre um dia e outro, a ponto de não saber ao certo se está na estrada a três ou quatro dias, mas pela claridade já findaria mais um dia em breve. Ele fecha o livro e se prepara para sair e ajudar a arrumar o acampamento, mas um forte solavanco faz com que ele caia dentro do vagão e ele ouve gritos. Aparentemente algo estava ocorrendo lá fora, algo de muito errado.