Personagem Franklin Worthinson

Frank percebe o olhar de June e seu sorriso. São perspicazes. Daqueles que o desafiam e neste momento ele tem certeza que ela não trata-se de de apenas mais uma garotinha de 15 anos de Yorktown. "Entenda Frank, as respostas que tenho a dar-lhe já estão dentro de você. Eu não as crio, eu apenas as desperto. 


Ahhhh...o ar, o ar...sua leveza e quietude, assim como seu ávido som e violência. Qual parte dele gosta mais Frank? A dualidade sempre fará parte de qualquer momento de sua vida meu caro amigo. As escolhas serão suas, mas nunca esqueça-se, o hiato entre um  ponto de outro também deve ser explorado. Venha, deixe-me mostrar-lhe algo."

June pega a chave do ar, coloca-a em um laço de couro e a pendura no pescoço de Frank. E neste mesmo segundo seus sentimentos são inundados por algo nunca presenciado antes. Seus pulmões sentem a pureza do novo ar, em suas mãos, entre os dedos, consegue sentir este elemento que complementará seus poderes. "Entenda algo Frank, sua melhor escolha teria sido perguntar-me o porquê de ter que fazer uma escolha. Cuidado com seus desejos e anseios. Eles podem ser sua luz assim como sua escuridão."

Aquele tipo de intervenção estava se tornando algo usual na vida de Franklin, fosse por June ou fosse por Janet. Era como se elas pudessem navegar por um plano paralelo, por trás das cortinas da realidade.

 - "Eu realmente preciso falar com você June, preciso muito. Tenho visto muitas coisas acontecerem e a sei que você" - Franklin para um instante e completa - "Ou aqueles que falam por você, podem me dar respostas."

- "Existem vidas em jogo, pessoas morrendo. E por piores que alguns sejam, vejo mortes de pessoas como eu ocorrendo ao mesmo tempo"

Então June lhe apresenta as chaves e Franklin estende sua mão para pegar



Quando sua mão quase toca a chave de fogo, ele cerra seu punho antes e sua mão volta lentamente para a lateral de seu corpo e ele olha para June

- "Você tem falado muito sobre as aparências e como elas enganam, sobre a minha verdade ou a minha percepção do que é verdade. E June, eu tenho quase certeza que estou sendo enganado por alguém, e espero mesmo que não seja por você" - Franklin olha diretamente nos olhos de June e completa - "Estou contando que você seja justamente a pessoa que irá me dar as respostas e me fazer entender corretamente tudo que esta acontecendo"

Franklin volta a olhar as chaves e diz:

- "Eu iria pegar a chave de fogo, é isso que me atrai. Mas June, eu tenho o fogo comigo e sinto ele queimar dentro do meu peito, pedindo para sair. Mas o fogo é uma reação que precisa de combustível e comburente, portanto, sem o ar o fogo se apaga e morre. Para se apagar uma chama basta gerar uma maior e mais intensa, mas se você quer perpetuar as chamas a alimente. Eu escolho a chave do ar, aquele que irá alimentar minhas chamas, a chave que deve ser transparente, como eu quero que sejam as informações que irei receber."



Franklin segura a chave, era como se ela não tivesse peso, praticamente flutuasse em sua mão.

- "Você disse que iriamos começar, estou ansioso para entender tudo que esta acontecendo. Ou pelo menos, confirmar minhas hipóteses."

As vozes dos médicos não podem mais ser ouvidas e Frank decide erguer a braguilha de suas calças, embora mesmo naquela situação pensara em fica ali mais um pouco. Decide porém ir embora, já estava mais do que na hora e não sabia se Janet levaria muito mais tempo para poder ser visitada. 

Aciona a descarga, arruma-se e olha-se no espelho. Sim, ao menos com ele tudo estava perfeito. Abre a porta do banheiro que fica em uma área comum do hospital. Estava estranhamente mais frio naquele momento, notavelmente mais do que os poucos segundos que ficara no banheiro. Algumas das luzes do corredor estavam falhando, acendendo e apagando intermitentemente. Seu corpo começa a aquecer, o protegendo daquele frio, sua temperatura sobe de forma muita rápida.

"Olá" - ouve Frank. Ele apenas olha para o lado de onde o som viera.

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#1 'Dados' : 1, 5, 1

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#2 'Dados' : 6, 5, 6

Franklin ouve aqueles comentários enquanto sai do banheiro e acha bastante estranho. Ele sabe que Yorktown é uma cidade pequena e casos como aqueles eram muito raros. Ele tem certeza que não houve qualquer coisa a respeito a anos.

- "Os gangster mortos eu sei bem do que se trata. Era o trabalho que haviam dado para Sebastian, bater no Allonso, mas June interviu e matou todos, menos Sebastian. Se ele bateria em Allonso? Eu acho que sim, ele não tem escrúpulos quanto a agressões físicas. Tenho certeza que o status dentro da gangue é mais importante para ele."

- "O acidente do Buonaventura foi outro caso de intervenção da June, muito provavelmente depois de perder seus soldados deve ter ido pessoalmente tirar satisfações, dado que seu carro foi amassado contra um poste na rua da Janet"

{ Teste de QI 15 vs 7 : Sucesso por 8}

- "Fabian, temos novamente alguém relacionado a Janet. O rapaz que ela dizia que olhava estranho para ela." - Franklin para por um instante - "Mas ele teve uma convulsão, isso muda um pouco o modo de ação da June, que até então era muito mais agressivo"

{ Teste de QI 15 vs 17 : Critico }

- "Eles falaram que o outro se chama Richard" - Franklin se esforça para lembrar se existe algum Richard - "Claro, o senhor que vive perto do porto, devido a idade e o consumo de bebidas alcoólicas era esperado que algo assim ocorresse"

Franklin se preocupa com a situação, June poderia estar protegendo a Janet, mas ele se lembra das palavras ditas por ela antes no inicio do baile.

- "June disse: Nem tudo o que você vê é o que compreende estar vendo. Minha compreensão dos fatos estaria errada? Estou sendo levado a crer em algo que não é verdadeiro?"

Franklin se lembra das crises de Janet, no parte e em sua casa, na escola dias atrás, a maneira como dizia que as vozes inundavam sua cabeça. Algo estava ocorrendo e isso deixava Franklin ansioso por entender melhor. Mas não era ali no hospital que ele teria as respostas, pelo menos não as respostas que ele esperava.

Uma visita a Janet era o primeiro passo.

Frank atravessa parte do corredor compartilhado e entra no banheiro. Escolhe uma das cabines quando de repente ouve a porta abrindo-se.

"Dias complicados Dr. Pearson. Um adolescente morto e outro em coma. Um grupo de 8 gangsters encontrado mortos novamente. Fico a pensar Dr. Pearson que minha mudança de Nova Yorque a procura de uma vida mais amena foi errônea.


Caro Dr. Jackson, o grupo de gangsters como sempre certamente foi causado por guerras internas. O garoto Fabian que faleceu teve uma convulsão epilética e ao cair bateu com o crânio no móvel de seu quarto e sofreu uma séria lesão lateral e não resistiu. Richard, sim...eis seu nome. Este garoto precisou ser induzido ao coma e estamos aguardando os resultados dos exames. Sendo assim, caro Jackson são eventualidades de qualquer hospital e de qualquer tamanho de cidade. Tenho certeza que no final de sua residência aqui conseguirá compreender melhor toda esta rotina. Mas vamos, temos muito a fazer hoje."

Frank ao perceber o início da conversa cala-se...e guarda aquelas informações. 

"Fabian...um nome pouco comum aqui. Seria aquele esquisito de nossa classe?"

Franklin estava absorto em pensamentos, como ele poderia ajudar Janet se nem mesmo sabia a extensão de seus dons. Mas ao ouvir seu pai, ele responde

- "Sim pai, os médicos irão cuidar da Janet, ela ficará bem"

- "Mas poderia ficar bem mais rápido ainda se eu não tivesse dúvidas sobre meus dons. Não posso aceitar que esta situação persista, ficar sentado em um banco no hospital não irá fazer a Janet melhorar"

Ao chegar no hospital, eles são informados que Janet recobrou a consciência e que estaria sob observação, quando fosse possível seu pai e seu irmão poderiam visita-la.

- "Não adianta ficar aqui"

Franklin se aproxima de seu pai e diz:

- "Pai, se nada mudar, pretendo sair daqui a pouco. Assim eu espaireço um pouco, ficar aqui só vai me deixar mais ansioso."

Franklin vai até o banheiro pensando qual teria sido o motivo daquela convulsão. Seria algo relativo ao dom de Janet ou a condição que compartilhavam? Teria Franklin o mesmo risco?

Frank chega em casa tarde e infelizmente com uma impressão nada cordial de Sebastian. Mas ele pouco importava-se no final das contas. O resultado do evento fora um sucesso, a imprensa local teria suas fotos estampadas nos jornais, além do que a rádio local WXLS o convidara para uma entrevista relatando sobre a experiência de um jovem representar os interesses culturais de sua própria cidade. Acorda logo pela manhã e verifica que não havia uma marca sequer do golpe desferido por Sebastian e nenhum sentimento de dor. Como é de seu costume, mais uma vez abre as cortinas e olha para fora. O dia estava mais frio e o vento muito forte. 

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Franklin acorda de um sono reparador, se levanta e se espreguiça, vai ao banheiro de seu quarto e lava seu rosto. Ao passar a mão sobre o estomago não sente dor, então levanta seu pijama e nota que não existe qualquer tipo de marca, ele sorri.

- "Nem uma marca sequer" - e olhando para suas mãos - "O potencial disto é imenso, preciso treinar, aprender e desenvolver. Se não fosse o almoço de hoje iria agora mesmo para a transportadora."

Franklin se veste, sabendo que seus pais não iriam se atrasar para o compromisso do almoço, independente do horário que todos iam ido dormir.



Ao descer nota que seus pais estavam na sala de jantar conversando, pelo visto havia uma pendência a respeito de levar ou não algo para o almoço.

- "Rose, mas isso poderia ser visto como se achássemos que ele não tem comida para nós"

- "Mas é deselegante ir de mãos vazias, podemos levar Bife Wellington"

- "Isso é o prato principal Rose, tenho certeza que o Helmer esta fazendo algo"

- "Mas uma salada é muito pouco, é impessoal"

Franklin se aproxima e diz:

- "Bom dia pai, bom dia mãe. Estava ouvindo e posso fazer uma sobremesa, ninguém vai reclamar de um doce feito por um garoto"

Rose sorri e olha para Gordon, depois diz:

- "Pode ser filho, tenho certeza que ninguém se importaria com uma sobremesa."

Franklin sorri, era mais uma chance de demonstrar suas habilidades. Ele se senta para tomar o café da manhã, enquanto pensa o que poderia fazer.

- "O ideal é fazer alguma relativamente simples, mas sem cair no meio comum. Também é melhor eu não usar sorvete ou suspiro, afinal teremos que transportar, acho que um bolo seja melhor"

Franklin se dirige ao estéreo, pega o LP de Don McLean e coloca para tocar.



Já na cozinha ele coloca seu avental com os dizeres "Petit Chef" e começa o preparo do Bolo Battenburg que iria levar para casa dos Wislows.

Franklin começa fazendo as massas de chocolate e baunilha simultaneamente, quando estão no ponto ele as coloca no forno. Depois trabalha no marzipan e na geleia de frutas vermelhas.

Assim que as massas estão assadas, Franklin as retira do forno e coloca para esfriar. A massa de marzipan é coloca na geladeira e a geleia é deixada para apurar.

Franklin volta para seu quarto e coloca uma roupa apropriada para o almoço e ao descer apenas finalizar a montagem do prato, ele corta os bolos em longos retângulos, intercala com geleia e os enrola com a massa de marzipan.

{ Culinária NH 15 vs 15 : Sucesso }



- "Pronto, espero que todos gostem"

Franklin estava pronto, apenas aguardando seus pais o chamarem para ir a casa dos Wislows.

Ao ouvir as palavras de June, e sem saber o real motivo, Franklin se alegra

- "Que bom que você estará lá June, não só por conta da sua ... obrigação. " - Franklin toca o queixo de June com seu indicador para que ela o olhe nos olhos - "Você sabe que a Janet estava querendo que eu a convidasse para o baile? Como aconteceu tanta coisa isso não deu certo, mas quem sabe uma dança, pela amizade" 

June baixa novamente seu olhos, beija Franklin no rosto e lhe deixa uma mensagem, não tão clara, mas Franklin guarda aquelas palavras. Não deveria confiar em tudo que a sua visão lhe mostra, mas agora deveria correr pois seus pais o aguardavam em seu carro, já na rua.



Ao entrar no Chevrolet Monte Carlo de seu pai, o ouve dizer:

- "Quem era aquela moça Franklin?"

- "Ah, uma amiga da escola. Queria saber se ela iria no baile e se estava tudo bem com ela. Mas ela vai sim, devo encontra-la por lá."

- "Pois bem, vamos até as casa dos Wislow, pois disse que iria busca-los e o atraso não é um bom cartão de visitas."

Gordon ainda mantinha seu gosto musical de quando dirigia pelas estradas dos Estados Unidos, bandas animadas e com músicas simples. Ele abre sua caixa de cassetes e escolhe uma das fitas e coloca no toca fitas do carro.



Franklin conhecia o som, agradável e dançante, uma ótima companhia sonora para aquela noite.



A viagem até a casa dos Wislow é tranquila, e Gordon cantarola acompanhando a música. Assim que ele estaciona frente a casa na exata hora marcada, Gordon diz:

- "Franklin, poderia fazer as honras e chamar a família Wislow?"

- "Claro pai, agora mesmo."



Franklin conhecia bem a casa de Janet, era simples mas bem cuidada. A grama e os arbustos estavam aparados e de dentro da casa era possível ouvir música.

Ao bater na porta quem atende é o irmão mais novo de Janet

- "O irmão de Janet... qual o nome dele? Ela o chama de Ally."

Com um sorriso no rosto Franklin diz:

- "Ally, correto? Bem viemos busca-los para o baile, meus pais os aguardam no carro, estamos em cima da hora"

O jovem mede Franklin de cima abaixo, e então responde em um tom levemente apático

- "Claro, claro... Franklin... né? Vou chamar a Jan e o meu pai"

O jovem se vira e deixa a porta aberta com Franklin parado, mas consegue ouvir o jovem resmungar algo - "Caralho, estou indo parecendo um mendigo perto deste cara."

Poucos instantes depois surge a família Wislow. Senhor Helmer, Ally e Janet. Por sinal, Janet estava deslumbrante e Franklin quase não consegue conter sua surpresa.

- "Ah.. Senhor Helmer, por favor meus pais o aguardam no carro" - e estende sua mão cumprimentando Helmer

Logo depois Ally vai para o carro, mas não cumprimenta Franklin, apesar da um tapa em seu ombro seguido de um "Valeu cara... teu carro é bem maneiro"

E por último Janet, dotada de uma beleza radiante

Franklin retira seu chapéu, segura a mão de Janet e se curva beijando os nós de seus dedos

- "É nossa convidada hoje Janet, vamos ao baile"

- "Hum, os dedos de Jan estão com gosto salgado. Estanho... e gostoso, deve ser o creme que ela usa. Achei bastante exótico, tem notas de mariscos, talvez use sílica retirada de conchas."

Frank sai em desparada, desce as escadas e avisa seus pais que iria conversar com uma amiga. "Frank, apresse-se. Chegar atrasado para qualquer um desta família nunca foi um costume dos Wathinsons." Frank acena com a cabeça e vai até June que está aparenta tristeza e preocupação.


"Oi Frank, não se preocupe. Uma vez já estive em seu lugar e sei como é extremamente penoso lidar com o novo. Eu estarei no baile porque é necessário. Cada um de vocês precisará de mim lá. Proteção sabe? A força de Janet está tomando dimensões muito perigosas e ela, a teimosa, terá que aprender a lidar com isto. Mas corra, seus pais devem estar esperando por você e não podem atrasar. Eu não atrasarei. Aliás, estarei usando um longo vestido vermelho com uma rosa preta ao lado esquerdo de meu peito. Reconhecerá-me facilmente."

June beija seu rosto e finalmente diz: "Vá..você entenderá tudo muito em breve e não se esqueça: Nem tudo o que você vê é o que compreende estar vendo."

June sem voltar sua visão para Frank segue seu caminho cabisbaixa a chutar pedrinhas pela calçada, usando seu sobretudo marrom e sapatos altos pretos. Frank compreende a necessidade de sua partida e retorna à frente da garagem de seus pais que impacientemente o aguardam.

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Ao ver June andando em sua calçada, não pode sentir certa estranheza, Franklin abre sua janela e dá um assobio

- "Ei! June!! Espere ai!! Já vou descer!"

Franklin nem mesmo espera a resposta de June, ele termina de se arrumar e desce as escadas.

- "Estou pronto, vamos para o baile. Esta noite será inesquecível!"

- "Só preciso falar com uma amiga minha que esta ali fora, mas eu os espero na entrada da garagem"

Franklin abre a porta e nota June, ainda cabisbaixa, mas curiosa quanto ao chamado de Franklin

- "Ei June! Por que esta andando assim pela cidade? Hoje é o baile, achei que estaria se arrumando para ir para lá"

- "A Janet não iria querer me ver por lá."

Franklin pondera, em parte era verdade, mas ainda assim não era correto. Ele coloca a mão sobre o ombro de June e diz

- "Eu sei disso. Mas você mesmo disso que estaria por perto para garantir a segurança dela, certo? Depois do que tem acontecido estes dias, eu acho que Janet pode precisar de você perto dela neste baile." - Franklin sorri e completa - "E me desculpe pelo que falei na casa do lago, eu agi sem pensar. Você me ajudou a entender muita coisa e sei que ainda tenho muito a entender e aprender."

- "Pelo menos por hoje, vamos tentar deixar tudo isso em segundo plano e aproveitar um pouco da nossa juventude. O que me diz?"

{ Trato Social NH 17 vs 13 : Sucesso por 4 }

Trabalho concluído, preparações feitas com esmero e agora era o momento de colher os louros da vitória. Deixaria seus pais orgulhosos e toda a cidade de Yorktown boqueaberta com sua capacidade de organização e oratória. Seria o grande primeiro passo para uma vida de vitórias, assim pensa ele. Frank saboreia o chá de Jasmim cultivados em Wales, importado pela sua família e um elegante conjunto de biscoitos ingleses amantegados preparados por recomendações da Realeza Britânica, mas que com bons contatos e dinheiro poderiam ser levados ao redor do mundo. 

Franklin chega em casa perto das 17:00 e encontra toda sua família reunida na sala de jantar e o cheiro de chá deixa claro o motivo, ele esta muito feliz com o dia e com os resultados que seu esforço estava tendo.
Após lavar as mãos, Franklin se senta a mesa com seus pais, se serve se uma xícara de chá e alguns biscoitos.



Enquanto toma seu primeiro gole, nota que sua mãe já se encontra com um maquiagem e cabelo feito, usando somente o roupão para não colocar seu traje da noite em risco. Seu pai usava as roupas de final de semana, uma blusa de lã e calça jeans, ele demora pouco tempo para se arrumar, mas Franklin já imaginava que ele iria com seu blazer preto e as calças de linho preto, eram de um ótimo corte, mas ainda assim simples. Seu pai preferia desta maneira.

Então seu pai rompe o silêncio da mesa e diz

- "Frank, por acaso você conheceu o pai da sua amiga Janet?"

- "Sim, o Senhor Helmer. O encontrei algumas poucas vezes quando fui buscar a Janet para irmos para escola pela manhã. Sempre me recebeu muito bem"

- "Mas você o conhece?"

- "Bem, conversei com ele um pouco. Ele é um homem simples, mas me pareceu muito educado. Ele mesmo faz os pães na casa dele, então ele é bastante dedicado a família. Pela casa eu posso dizer que vivem com pouco, mas ele me convidou para almoçar com eles amanhã" - Franklin para por um instante e arregala os olhos - "Nossa... eu tinha esquecido... Bem, ele me convidou para almoçar com eles amanhã, então creio que seja alguém que faz questão de dividir aquilo que tem com as pessoas que preza, ou que sua família preze."

- "Então você acredita que ele seja um bom homem"

- "Sim, eu acredito que sim. Ele educou Janet, e ela é muito correta em tudo, creio que seja reflexo desta educação." - Franklin se detêm ao notar os questionamentos insistentes - "Mas por que tantas perguntas pai? Tem relação com a visita que você ia fazer a eles?"

- "Na verdade sim. Eu soube que a demissão dele foi causada por boatos a respeito do filho dele, mas que o trabalho que ela realizava era bom. Não acho justo uma situação como esta, por mais que tenha fundos de verdade." - Gordon toma um longo gole de chá - "Então lhe ofereci um trabalho na transportadora, bem, em parte... boa parte, ideia da sua mãe. Entendemos que ele precisava de uma oportunidade para se destacar e eu tenho uma vaga de supervisor de operações, se ele realmente for bom... bem sempre temos espaço para bons profissionais."

Franklin fica muito feliz com a notícia, e imagina o quanto Janet ficou feliz em saber que seu pai estava com uma proposta de emprego em mãos, sem dúvida aquele final se semana seria mágico.

Mas ele precisava se arrumar para a festa. Em seu quarto Franklin escolhe cuidadosamente o LP que iria colocar em seu aparelho de som, curiosamente opta por algo que lhe remete a Janet



A música era envolvente e ele arruma para o baile, cantando e dançando ao ritmo disco da música.

Ele estava muito feliz, o fato de ser inverno e poder usar mangas compridas para esconder seu braço sem chamar a atenção era ótimo. Após o banho Franklin cuida atenciosamente de seus cabelos, dando o volume certo ao ondulado do suas madeixas.



 - "Essa noite será demais... o palco, o discurso... tudo será incrível, as luzes em mim" 

- "Será que... nossa... seria demais... beijar alguém no baile. Janet sempre fala que somos amigos, mas será que tenho alguma chance? Ela acaba tratando eu e o El Mijon da mesma maneira, se tenho uma chance ele também tem. Se June e ela não tivessem brigado, a Janet teria me empurrado para ela e seria um empurrão bem vindo."



- "Os olhares estarão sobre mim hoje, só preciso saber controlar minha ansiedade, respirar fundo e fazer tudo acontecer direito. Sem ir com muita sede ao pote e sem deixar portas fechadas, teoria dos jogos... é isso ai!"

Franklin opta por usar a colonia que havia recebido de presente da Senhor Knopfler no Natal anterior, era importante e como ela dizia, era o cheiro dos oficiais da guarda real inglesa, mas para Franklin lembrava madeira e whisky, mas era o mais indicado para aquela ocasião.



Ainda de cuecas e cuidando da sua estética, Franklin ouve seu pai gritando do final do corredor

- "Frank, o concurso de Miss Yorktown é somente da primavera. Se apresse que precisamos sair."

- "Claro papai! Já estou colocando minha roupa!"

Franklin já havia escolhido mentalmente sua roupa, ele adentra ao closet de seu quarto e retira do cabine a roupa que havia escolhido, enquanto coloca dentro de um protetor uma segunda roupa, um pouco mais despojada para o palco, pois devia criar empatia com o público.

Ao terminar de se trocar Franklin desce as escadas e diz:

- "Estou pronto, vamos para o baile. Esta noite será inesquecível!"



E lá estava Franklin, com seu belo terno de linho negro, seu chapéu fedora, um lenço escarlate no bolso e seu sobretudo branco a tira colo. Um jovem destinado ao sucesso.

Frank acorda  não contem sua excitação. Seus pais já estão na mesa e seu pai aparentemente um pouco mais afobado do que o normal pelo horário diz a ele: "Meu filho fiquei sabendo que o pai de sua amiga Janet foi demitido. Dê-me o endereço vou tentar conversar com ele e tentar aliviar sua situação." Frank explica onde fica a casa de Janet e percebe em seu pai alguém extremamente generoso. Todas as dores pelas quais passou o ensinaram que uma vida sem caridade não valia a pena. 

Frank termina seu café da manhã e vai até a Câmara Comercial com sua BMX e de longe ouve o som da passagem de som da banda Spirits.

Ao abrir os olhos Franklin nota havia nevado na madrugada, ainda que pouco mas o suficiente para deixar as ruas mais brancas. Ele se senta na cama, coloca as mãos nos joelhos e respira fundo, aquele seria um dia incrível e ele deveria aproveita-lo, e principalmente, fazer isso com calma. A pressa poderia deixar algum detalhe escapar.

Ao descer para a sala de jantar Franklin encontra seus pais conversando e a senhora Knopfler em seus afazeres. Franklin se junta a eles, dizendo bom dia e começa a tomar seu desejum. Um grande copo de suco de laranja, ovos fritos com fatias de bacon e algumas torradas e panquecas com mapple syrup. Aquela era uma ótima maneira de começar o dia.



Após terminar seu café e retirar seu prato e copo da mesa, Franklin se lembra de suas atividades e não deixaria de realiza-las. Retira a neve da frente da garagem e limpa os arbustos da fachada, joga sal no caminho de pedestres para evitar a formação de gelo para segurança de quem passasse por ali e segue sua manhã com certa tranquilidade.

O salão só voltaria a receber movimento próximo da hora do almoço, com o pessoal que iria cuidar da cozinha e depois a brigada de serviço e por fim a banda e Franklin estaria lá para receber cada um deles e explicar como tudo deveria ser feito.

Ao retornar para dentro de casa Franklin vai até a biblioteca da casa, relaxa o corpo na poltrona e coloca um dos LP para tocar no aparelho estéreo.




https://www.youtube.com/watch?v=-crgQGdpZR0

Gostava da sobreposição das vozes e de como mais de uma coisa poderia ser percebida ao mesmo tempo, de como o conjunto se tornava mais complexo do que as partes separadas. Ele refletia o quanto isso não poderia ser aplicado na festa, somente a comida ou a música ou o local talvez não fizessem diferença, mas com todas as partes juntas... sim, com todas as partes juntas havia a real noção do tamanho daquele baile.

Embalado pela música, Franklin pega seu caderno e começa a fazer algumas anotações. Opções de músicas e interpretes, algumas ideias para a banda. Sua mente viaja e ele acompanha o som do estéreo cantando baixinho, até que é interrompido pela Senhora Knopfler.

- "Frank, venha almoçar. Já esta tudo na mesa"

Franklin se levanta rapidamente e vai até a mesa, estava chegando na hora de ir para a Câmara do Comercio e isso o deixava um pouco ansioso. 
Ao terminar o almoço, Franklin se levanta e se despede, pega sua bicicleta e vai até o centro.

Ao chegar na Câmara do comercio cumprimenta a Senhorita Fletcher e vai direto em direção a cozinha do salão e encontra a Senhora Summer e suas cozinheiras já começando os trabalhos



- "Bom dia, como vocês estão?"

A senhora Summer era uma senhora muito ativa na sociedade e reconhecida por suas habilidades culinárias, eram pratos simples e regionais, mas muito bem feitos, e sempre com um toque especial.

- "Bom dia Franklin, fiquei sabendo que você estava ajudando a organizar aqui. Já estamos começando a preparar a base do jantar. Temos muita carne para assar e pure de batata doce com páprica, faremos uns belos Corn Dogs e molho picante além de scottish eggs com picles. Pode acreditar, estamos pensando em como surpreender vocês jovens."

Franklin até pensa em dar algum pitaco na cozinha, mas tem quase certeza que seria redundante dado a experiência da Senhora Summers e opta por concordar com ela - "Tenho certeza que ficará ótimo"

Quase no meio da tarde Franklin se encontra com a banda, que havia trazido seus equipamentos. Começavam a montar as caixas de retorno, amplificadores e pedais.



O vocalista era gordinho, com um bigode estilo biker e quando Franklin se aproxima nota um cheiro estranho, mas não incomum, era maconha.

- "Artistas... sempre mantendo a fama de contraventores" - mas a fama desta banda era reconhecida na região, eram muito enérgicos e sabiam como movimentar uma festa.

Franklin se aproxima da banda e diz:

- "Boa tarde, Spirits certo? Gostaria de passar com vocês o set list de hoje e fazer alguns pedidos"

Praticamente todos da banda olham com um olhar curioso para Franklin, até que o vocalista sorri e diz:

- "Meu chapa, você é o cara que esta cuidando das coisas aqui. Nossa você é baixinho.. "

O baixista arruma seu chapéu olhando para Franklin e diz:

- "Jack, eu acho que ele é um estudante. Acho que o tamanho esta certo... ha... he.... .hahahaha"

Eles começam a rir, rir muito... 



Após quase um minuto, eles conseguem se controlar e o vocalista chega ao lado de Franklin, com os olhos vermelhos e diz:

- "Pode falar meu chapa, temos nosso set list aqui" - estendendo um papel - "Mas podemos atender uns pedidos sim"

Franklin olha a lista, muitas músicas, um pouco de disco, ABBA,  Earth, Wind and Fire, Jackson e Bee Gees. Também tinha rock com um pouco de Kiss, Beatles, Chuck Barry, Jerry Lee Lewis e Elvis, muita coisa mais, era uma set list bem ampla e deveria agradar a quase todos.

- "Ótimo, isto esta ótimo." - Franklin pega um lápis e anota na própria set list - "Poderiam colocar esta música aqui, logo depois do discurso de abertura, mas eu farei o vocal, tudo bem? E mais esta aqui quando começar a servir os petiscos. Acho que é só isso, pode ser?"

Jack olha as anotações, sorri e com os olhos vermelhos e levemente cerrados diz:

- "Meu chapa, isso vai ser foda. Vamos tocar e você vai cantar" - ele abraça Franklin com um dos braços enquanto o outro aponta para um ponto qualquer no teto e completa - "Vai ser épico!"

Franklin deixa a banda e termina de olhar os detalhes, não havia nada que ele pudesse fazer a mais, estava tudo em um ponto onde qualquer mudança de rumo poderia atrapalhar, sabendo disso retorna para sua casa e começa a se arrumar para a noite.

Frank tem um dia difícil. Muitas decisões, muitas ações e aparentemente tudo funcionou como deveria. Grace foi de grande suporte. Sua simplicidade e energia foram muito úteis para que finalmente tudo ficasse pronto e organizado. O ponto final fora dado. Ele para por um segundo e pensa sobre isto, sobre as atitudes e comportamentos de Grace. - Talvez a perfeição esteja na simplicidade. A equação matemática mais bela é a da circunferência. Leve, simples e ao mesmo tempo de uma beleza incrível. Os planetas não são circunferenciais a toa pensa, Frank.

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#1 'Dados' : 4, 6, 1

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#2 'Dados' : 3, 3, 1

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#3 'Dados' : 5, 2, 6

Franklin adentra a Câmara de Comércio, cumprimenta a Senhorita Fletcher. Ele se lembra de te-la encontrado na confraternização da empresa de seu pai uns 3 anos atrás, ela estava acompanhada pela diretoria da Câmara de Comercio da época.

Ao serem recebidos pelo senhor Stewart e ouvirem a proposta dele em relação ao suporte que darão para o baile, Franklin fica muito feliz. Era um conquista incrível, seria com certeza o melhor baile já visto.

Franklin puxa a cadeira para que Grace se sente e em seguida se senta a frente de Daniel.



 - "Senhor Daniel, estas noticias incríveis. Creio que posso falar em nome da Churchill que estamos honrados em receber esta ajuda, e como usuário assíduo da biblioteca posso lhe afirmar, são ações como esta que demonstram a preocupação dos associados da Câmara de comercio com a educação desta cidade" 

- "E pode ter certeza que tanto eu quanto a Senhorita Grace estamos muito interessados em ajudar em toda a organização"

E de fato, Grace parecia muito empolgada em cuidar de tudo aquilo, e principalmente ao ouvir que a decoração seria fornecida seus olhos brilharam. Ela já havia confessado para Franklin que adora o tema "Disco" que havia sido proposto e havia tido muitas ideias, mas infelizmente não poderia aplicar qualquer uma delas devido ao orçamento. Mas com a doação da Câmara do Comercio, ela poderia aplicar suas ideias na prática.



Franklin, pega seu caderno de anotações e suas folhas de planejamento. Aquilo era quase que um ritual, pois na realidade ele se lembrava muito bem de tudo que havia escrito ali, mas ainda assim, usar o caderno dava mais segurança para quem o observava acreditar em suas palavras, como se o texto escrito fosse mais palpável.

- "Senhor Daniel, tenho aqui todos os detalhes para o baile, fiz tudo pensando na estrutura física da Câmara de Comércio. Estamos com todos os fornecedores para iniciar as entregas agora a tarde, e iremos ficar aqui recepcionando e acompanhando toda a instalação da estrutura para o baile."

Ao colocar os croquis sobre a mesa e começar a explicar como tudo seria disposto, Daniel Stewart olha incrédulo para Grace e depois para Franklin e o interrompe.



- "Um minuto jovem. Você que organizou toda a estrutura para o baile" - Daniel diz enquanto folheia todas as anotações - "Estou vendo aqui que já tem os planos de movimentação de garçons, cronograma do evento, horários de entrada da banda, toda a parte de cozinha e copa"

Franklin estava absorto em suas explicações e acaba por não notar a surpresa de Daniel e apenas responde 

- "Sim senhor, fui eu" - e continua suas explicações.

Após as devidas apresentações, o primeiro fornecedor chega ao local, trazendo as mesas. Menos de meia hora depois a decoração começa a chegar e então toda a iluminação é entregue.

Franklin caminha de um lado para o outro, com uma prancheta na mão. Ele conversa com todos os funcionários explicando como tudo deveria ser feito, a reação inicial nem sempre era a esperada, pois um garoto de 15 anos não é o organizador de eventos que uma empresa esperava. Mas Franklin consegue reverter isso com sua personalidade agradável e um planejamento detalhado, não havia espaço para grandes questionamentos e mesmo quando eram feitos, haviam respostas bem sólidas.

A tarde passa voando, é intensa mas extremamente agradável. O tempo dispendido com Grace, Daniel Stewart e Janice é muito bem empregado, Franklin conversa com todos eles, estreitando seus laços, direcionando e por vezes cantarolando para animar o local e tornar o trabalho menos penoso.

{ Trato Social NH 17 vs 11 : Sucesso por 6 }
{ Liderança NH 16 vs 7 : Sucesso por 9}
{ Canto NH 15 vs 13 : Sucesso por 2}

Ao final já eram quase 23:00, Franklin já havia ligado para sua casa e o senhor Daniel havia explicado que estava com Franklin no local e ninguém deveria se preocupar. Mas finalmente o salão estava perfeito, tudo organizado e preparado para o dia seguinte. 

Restavam apenas alguns poucos detalhes a serem tratados no dia seguinte, com a banda e com a brigada da cozinha, mas estava tudo escrito, planilhado e organizado. 

Daniel Stewart faz questão de levar Franklin para sua casa e ao chegar, aguarda Franklin entrar na casa, e em particular elogia o trabalho do jovem para Gordon e Rose:

- "Gordon meu amigo, seu garoto abraçou este evento de uma forma que vi poucas vezes, fiquei espantado com a maneira como ele tratou as coisas hoje." - e se voltando para Rose completa - "Rose, você ficará orgulhosa do trabalho dele. Ele me lembrou de você hoje, na organização dos eventos sociais que você faz"

Franklin estava muito feliz, mas fisicamente exausto. Ele entra toma um longo banho, desce para desejar uma boa noite para seus pais e tomar um copo de leite com biscoitos ingleses e dormir. O sábado estava chegando e seria o seu dia, seu grande dia.

Cada palavra dita pelo Diretor Donatan é atentamente ouvida por Franklin, algumas anotações adicionais são feitas. Apesar de Franklin notar que acaba guardando tudo em sua mente.

- "Muito obrigado pelo seu tempo Senhor Donatan, você me apresentou uma perspectiva nova do entendimento não só sobre o tema, mas também sobre como encarar estes questionamentos. O senhor esta certo, os livros deverão ser o ponto de partida para a experimentação."

- "Devemos mergulhar no conhecimento adquirido, e então questiona-los a exaustão, pois somente assim poderemos quebras paradigmas e apresentar novas conclusões. Novamente muito obrigado"

Franklin cumprimenta o Diretor Donatan, e sai da sala. Ao passar pela recepção diz:

- "Senhorita Grace, vou comer algo na cantina e então podemos ir até a Câmara do Comércio."

- "A visão do Diretor sobre o ensino é inesperada, nunca imaginei que ele fosse desta maneira. Ele sempre me pareceu apático, mas agora quando questionado parece reagir com entusiasmo."

Franklin chega na cantina, cumprimenta algumas pessoas e pega um lanche e uma maça e procura por Janet

- "Será que ela já esta por aqui? Espero que ela tenha voltado para a escola, até gostaria de lhe dizer que o baile esta sendo organizado por mim. Mas acho que vou deixar a maior surpresa para amanhã, quando ela me vir no palco, fazendo a abertura"

As várias visitas à empresa de seu pai mostraram-se muito úteis no dia dia de hoje. Observando, acompanhando e questionando Frank aprendera muito sobre a arte da negociação e obteve um grande sucesso nas negociações do grande evento do dia seguinte. Após várias ligações e muita conversa e principalmente muita excitação pelo preparo de tudo, a primeira parte é concluída e agora faltava apenas a visita à Câmara do Comércio que seria realizada por ele e Srta. Grace no período da tarde. Srta. Grace, aliás, parecia muito excitada e feliz por poder acompanhar e cooperar com Frank nesta empreitada que estava tirando toda a rotina de seu trabalho. 

Frank finalmente coloca o telefone no gancho e percebe suas impressões digitais literalmente incrustradas nele...tanta limpar mas não eram apenas manchas. Ele de fato havia deixado as marcas lá. Meio receoso, segue até a sala do Diretor Donatan.

"Eu fiz algumas anotações sobre anatomia e fisiologia. Vi que as glândulas supra renais são responsáveis pela produção de epinefrina, mas o gatilho ocorre em uma pequena porção no centro do cérebro chamada amídala. E fiquei muito curioso a respeito dos efeitos da epinefrina no corpo, encontrei relatos que momentos de tensão podem fazer uma pessoa comum realizar ações inimagináveis"

"Muito bem Sr. Franklin, vejo que tem se esforçado muito para o sucesso de nosso baile amanhã. Meus parabéns, estou muito orgulhoso de você. Seus professores todos estão cientes de sua licença, por isto fique tranquilo que estas faltas não surtirão efeito em suas notas. Mas, vamos a sua questão que és deveras interessante. Veja Frank, a ciência é estruturada a partir de experimentos em sua totalidade. Tudo deve ser comprovado através da tentativa e erro. Muitos cientistas aliás, literalmente entregaram suas vidas em prol da procura de fatos para provarem suas teses. Mas vamos a sua pergunta.


A adrenalina ou epinefrina é um hormônio simpaticomimético e neurotransmissor responsável por preparar o organismo para a realização de grandes feitos, derivado da modificação de um aminoácido aromático (tirosina), secretado pelas glândulas suprarrenais, assim chamadas por estarem acima dos rins. Em momentos de "stress", as suprarrenais secretam quantidades abundantes deste hormônio que prepara o organismo para grandes esforços físicos, estimula o coração, eleva a tensão arterial, relaxa certos músculos e contrai outros.


Sendo assim, sim, em momentos de grande estresse mental e físico seu corpo pode produzir uma enorme quantidade deste hormônio e já vi casos de pessoas erguendo carros - acredite - em momentos assim.


A ciência precisa ser vivida e sentida para ser compreendida. Coisas que livros didáticos nunca conseguirão lhe trazer. Darwin esteve em campo por anos observando, desenhando, anotando para chegar a sua brilhante obra. Ele nunca conseguiria isto apenas com os livros pré-existentes. Entende Frank? Se quiser ser apenas mais um gênio no planeta, e há vários, tranque-se em sua biblioteca. Se quiser ser O GÊNIO, arrisque-se, viva, experimente, duvide, questione e procure algo que NUNCA, NUNCA alguém antes trouxera a tona."

Diretor Donatan levamta-se, ajeita suas calças e arruma seus óculos. Aparentente ele possuía muita sabedoria, muito além de simples conhecimentos teóricos. "Meu filho, hora do intervalo. Vá comer algo, sua tarde será atribulada."

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#1 'Dados' : 6, 1, 6

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#2 'Dados' : 5, 5, 3